Evandro Hochsprung, 43 anos, acompanhou todos os passos da história do Brusque. Em 1987, quando Paysandu e Carlos Renaux se uniram para formar um único clube na cidade, ele decidiu apoiar a iniciativa. Era apenas um garoto, claro, tinha 10 anos, mas já havia colocado um objetivo na cabeça: de apoiar, incondicionalmente, o time que representaria a cidade que ele tanto ama. O fanático torcedor esteve nas arquibancadas do Estádio Augusto Bauer em todos os momentos, desde as dificuldades no fim da década de 1980, até a conquista do Catarinense de 1992, com o gol (leia-se “obra-prima”) de Cláudio Freitas.
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Nesses pouco mais de 32 anos ao lado do Brusque, Evandro nunca havia vivido com o time do coração momentos tão especiais quanto os que viveu em 2019. É isso, inclusive, que alimenta a esperança de que 2020 será para lá de especial. Os títulos da Série D do Brasileiro (aliado ao acesso à Série C nacional) e da Copa Santa Catarina fizeram aumentar a sala de troféus do Bruscão, que hoje se intitula “o maior campeão do Vale”. As taças, empilhadas uma sobre a outra nos últimos anos, são um contraste à crise que o time teve no início da década, com rebaixamentos e um vaivém constante na elite do futebol catarinense. Mas o tempo passou.
As quedas para a segunda divisão do Catarinense e a falta de uma estrutura própria deixaram o torcedor muito frustrado naquela época, mas a gente nunca deixou de acreditar. Agora o que vemos é que o Brusque está começando a ficar mais sólido e isso nos anima – relembra Evandro.
As mais de três décadas ao lado do Brusque fizeram Evandro acumular histórias. Viagens a Mafra, Palhoça, Imbituba, entre outras, se tornaram comuns no roteiro do torcedor. Mas o futebol reservou a ele uma outra honra – que o próprio brusquense afirma ser a maior loucura que já fez durante todo esse tempo: a de atravessar o país para ver a história ser escrita.
– Adentrar as florestas do Amazonas, assistir a um jogo em palco de Copa do Mundo, ver recordes sendo quebrados, ser campeão na casa do adversário, em uma disputa de pênaltis, ser campeão brasileiro. Não vou nem dizer que foi loucura, foi uma realidade. Faria novamente tudo isso por conta da magia, por tudo que o Brusque foi e é na minha vida – afirma Evandro, ao lembrar da conquista da Série D contra o Manaus.

Para o torcedor, hoje à espera de um Campeonato Catarinense tão bom como todo 2019 que o time viveu, existe um recado a ser dado à cidade:
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– Quem torce para o Brusque é um pouco mais cidadão brusquense.