A pequena Eduarda Ciota, de apenas 8 anos, foi a protagonista da inauguração do ginásio do colégio Cívico Militar Cora Batalha, em Lages, na Serra de Santa Catarina, ao emocionar toda a escola durante a apresentação de piano ao lado do pai, Miguel Angelo Ciota, no início de setembro. A criança, que é autista e deficiente visual, aprendeu a tocar o instrumento com 1 ano e 5 meses, quando executou a Nona Sinfonia Beethoven.

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Em entrevista ao NSC Total, a mãe Michele Almeida Ciota, de 45 anos, contou que o interesse de Eduarda pela música começou ainda no útero.  

— A gente sempre colocava louvor para ela escutar e desde o primeiro dia que ela foi para casa sempre tinha música no quarto — conta. 

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Eduarda começou a tocar piano sozinha com aproximadamente 1 ano e 5 meses. Segundo a mãe, o talento foi incentivado pela APAE — Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que atua na Defesa e Garantia dos Direitos da Pessoa com Deficiência — durante os atendimentos de fisioterapia. 

— APAE tinha um pianinho e a fisioterapeuta colocou para ela tocar. A gente viu que ela tinha ritmo e compramos um teclado de brinquedo. Logo no primeiro teclado ela tocou a nona sinfonia de Beethoven — diz.  

Depois que os pais observaram o talento de Eduarda, ela passou a usar um teclado profissional. Hoje, conforme a mãe, a pequena tem ouvido absoluto, ou seja, consegue reproduzir todas as músicas que escuta. 

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Escola inclusiva 

Eduarda começou a frequentar o colégio Cívico Militar Cora Batalha no início de 2024 depois de passar por outra escola da região que, segundo a mãe, segregava a criança das atividades devido a deficiência visual. 

— Quando acontece a segregação é muito triste, porque não é só eu que choro, são todas as mães. A inclusão é uma luta diária — relata. 

Agora, a pequena é incluída em todas as atividades na escola e tem o talento musical incentivado pelos professores. A professora Danielly Laurentino conta que a música foi incluída no processo de escolarização das crianças e que todas as questões pedagógicas envolvem o som. 

— Elas [as outras professoras] sempre tem a caixinha de som e microfone, porque a Eduarda tem uma memória muito boa e através da música ela grava o aprendizado e os conceitos básicos daquele dia da aula. Ela tem esse hábito. Por exemplo, formas geométricas, ela traz o conceito, as figuras e depois envolve a música — conta.

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Foi por conta do talento de Eduarda com a música que as professoras tiveram a ideia de convidar a pequena para tocar durante a inauguração do ginásio da escola, esperado por 30 anos, no início de setembro. 

— Quando eu soube que o governador vinha, eu disse: “eu preciso mostrar que os autistas podem estar em todos os lugares”. No início ela não queria. E aí o pai veio e conseguiu levá-la. — conta a professora.  

O vídeo de Eduarda tocando foi compartilhado pelo perfil das redes sociais da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC). “Eduarda nos ensina diariamente sobre superação, dedicação e o poder transformador da arte. Sua habilidade musical é um exemplo, seguimos aprendendo e nos inspirando com sua jornada”, diz trecho da legenda do momento compartilhado pelo órgão. 

Veja o vídeo 

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