Quem gosta de ler e costuma garimpar bons títulos na Biblioteca Pública de Joinville certamente já cruzou por ela e ouviu a pergunta educada e prestativa: “Posso lhe ajudar?” Jane Mara Just tem 42 anos, 12 deles rodeada por estantes, livros e pessoas apaixonadas pelo universo das letras.

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Tempo suficiente para saber de cor e salteado onde achar preciosidades que muitas vezes nem uma insistente pesquisa no computador consegue indicar. A habilidade em socorrer o leitor que não acha o livro desejado é responsável por uma das três maiores realizações desta prestativa funcionária da biblioteca: testemunhar a felicidade de quem acaba encontrando “o que parecia estar na terra dos livros perdidos”.

A segunda grande alegria que a biblioteca proporciona a Jane é o contato com as crianças. Pós-graduada em psicopedagogia, ela já atuou na contação de histórias para os pequenos. E ainda hoje é apaixonada pela atividade. Tanto que seus sábados preferidos são os que têm contação de histórias e ela pode levar o netinho Cauã, de dois anos, para o local de trabalho.

– Ver os olhos dos pequenos maravilhados com os contos me deixa encantada – confessa.

O terceiro motivo de satisfação de Jane na biblioteca é conhecer leitores de todas as idades, de todas as classes sociais, de todas as raças e de todos os estilos.

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– Aqui, a gente quebra qualquer estereótipo e passa a ver as pessoas de uma forma diferente – filosofa.

Uma das missões menos agradáveis de Jane é negociar com quem atrasa a devolução dos livros. Desde os leitores que passam só uns dias do prazo até aqueles que chegam a acumular multas na casa de centenas de reais. Mas até nisto ela acaba dando um jeitinho e chega a um bom entendimento.

– Aproveito para pedir a doação de livros de que a biblioteca precisa e não pode comprar naquele momento – confessa.

Fora das seis horas diárias que dedica à biblioteca, Jane gosta de curtir as filhas Bianca, 20 anos, e Daniela, de oito. Além de brincar com o neto e, claro, ler. Neste momento, os títulos preferidos estão na área das relações humanas. Você já tem uma boa ideia do que ler neste final de semana?

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Se não tem, esta guardiã de livros recomenda “O Caçador de Pipas”, que tem como fio condutor a história de dois amigos de classes sociais diferentes no Afeganistão.

Boa leitura!