Trabalhador na construção civil, o armador Pedro Paulo da Cunha conta que desta vez a chuva, que alagou bairros e deixou pessoas ilhadas na Grande Florianópolis, veio para dar “medo em gente grande”:

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— A nossa casa é alta. Mas foi tanta chuva que até moradias boas foram invadidas. Eu fiquei muito preocupada, mas precisava dar coragem para os meninos — conta o morador do bairro Brejaru, em Palhoça.

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O município registrou, nos últimos quatro dias, volume de 389 milímetros de chuva, quase quatro vezes o o habitual para um mês inteiro.

Ainda meio perdido no vaivém de desalojados, voluntários e funcionários da prefeitura de Palhoça, Pedro Paulo só se acalmou depois que reencontrou a mulher, Raquel, que escolhia roupas para os meninos numa das salas improvisadas no Caic do Passa Vinte.

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— É estranho. A gente nunca passou por essa experiência de ter que ir pra um abrigo, cheio de gente, dormir com desconhecidos. Mas neste momento temos que aceitar, pois voltar do jeito que está não tem como — contava Pedro Paulo.

Davi, o filho de seis anos, parecia o mais resignado:

— Ganhei um livro e vou ler — disse, antes de deitar sobre o colchão estendido na sala de aula.
Ao lado, o irmão de 10 anos, preferia o silêncio e o olhar para o teto.

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