Fugir de brigas políticas e dar continuidade às ações iniciadas no período em que esteve à frente da Prefeitura de Barra Velha, as quais o prefeito eleito Claudemir Matias (PSB) chama de arrumar a casa, estão no foco dos próximos quatro anos.
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A intenção revela a chance de exonerações, já que nos 11 meses de governo reduziu a folha municipal de R$ 285 mil para R$ 185 mil. Outro objetivo é governar a cidade em conjunto com a bancada na Câmara – dos nove eleitos, ele conta com cinco vereadores em sua base.
Humanizar o atendimento na saúde e investir em infraestrutura, contemplando desde saneamento básico até pavimentação de ruas e revitalização de praças, também estão nos planos. Confira abaixo os principais trechos da entrevista com o prefeito eleito de Barra Velha, que recebeu 9.047 votos, 66,49% do total.
A Notícia – Ao que o senhor atribui a vitória com 4.487 votos de diferença?
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Claudemir Matias (PSB) – Ao trabalho sério que realizei tanto na vida pessoal quanto na vida pública. Ao respeito às pessoas, atenção e a coligação que a gente fez (PSB, PT, PP, DEM).
AN – O senhor ficou na Prefeitura por quase um ano, depois que Samir Mattar foi acusado de irregularidades pela Polícia Federal. Que ações o senhor destaca desse período?
Matias – O resgate do crédito da municipalidade. A gente conseguiu pagar os credores e conseguimos negociar atrasos. Com isso, não tivemos dificuldades para realizar compras. Além disso, em 11 meses conseguimos realizar sete convênios com o governo do Estado, totalizando R$ 2 milhões em investimentos. Um exemplo é o calçadão das praias do Centro, Costão dos Náufragos e Tabuleiro.
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AN – O senhor teve desentendimentos com Samir Mattar desde o início do governo. O que motivou as brigas? Como está o relacionamento de vocês hoje?
Matias – Tudo o que ele (Mattar) falou em campanha ele não cumpriu no governo.
AN – A sua coligação (PSB, PT, PP, DEM) conquistou a maioria no Legislativo. O senhor vai aproveitar essa vantagem para realizar uma reforma administrativa?
Matias – Na realidade, quando o objetivo do prefeito é o bem comum, a gente consegue aprovar na Câmara sem problema nenhum.
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AN – O senhor disse recentemente que a saúde será prioridade no seu governo. Que ações o senhor pretende fazer nesta área?
Matias – Primeiro, este convênio com o Estado em que conseguimos recursos para fazer a ampliação do PA 24 Horas. O repasse do governo do Estado vai ser de R$ 240 mil e a contrapartida da Prefeitura, de R$ 120 mil. A obra é essencial. O PA atende a toda região, principalmente na alta temporada. Também vamos investir na capacitação dos profissionais da saúde para humanizar o atendimento. E a gente vai aumentar o número de exames de alto custo e acelerar o agendamento de consultas. O retorno hoje leva, em média, 45 dias.
AN – A cidade de Barra Velha teve um crescimento populacional acentuado na última década. Que ações o senhor promete fazer para que a infraestrutura urbana possa acompanhar a demanda?
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Matias – Aceleramos, nos 11 meses, os convênios do Estado. Também vamos acelerar a pavimentação de ruas, revitalização de praças e cuidar da segurança pública. A Casan quer investir R$ 99 milhões em 30 anos, sendo R$ 36 milhões para água e R$ 63 milhões para o esgoto sanitário. O objetivo é em 20 anos realizar 90% e nos últimos dez anos os outros 10%.
AN – Barra Velha tem muitas belezas naturais. Que ações o senhor promete fazer para alavancar o turismo local?
Matias – Primeiro, vamos arrumar a casa e depois vamos convidar o pessoal para visitar. Temos que fazer banheiros públicos nas praias, avaliar a viabilidade de construção de quiosques à beira-mar, uma coisa para os turistas, para acompanhar a beleza da praia.
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AN – A falta de creches, em bairros como o São Cristóvão – mais populoso do município – é um problema. O seu plano de governo prevê construção de novas unidades?
Matias – Em Itajuba, a creche, obra do PAC 2 do governo federal, está bem adiantada. Vou fazer creches nos bairros Sertãozinho, Quinta dos Açorianos e ampliar as já existentes. Há um déficit de 600 vagas.
AN – A pesca artesanal é uma das vocações do município. Existe alguma ação prevista para fomentar a atividade?
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Matias – A abertura da Boca da Barra, obra importante. Já entramos com o pedido de recurso para terminar a obra.
AN – O senhor já começou a pensar na composição do secretariado?
Matias – Não. Primeiro, vamos entrar na Prefeitura e ver como estão as contas, porque não adianta nomear um monte de gente e não poder arcar com as contas. Vamos chamar a coligação e discutir o principal para tocar a Prefeitura no início. Depois de dois meses, a gente chama o resto. A gente não vai dar cargo político, vamos dar cargo por trabalho.