No 13º dia de atentados em Santa Catarina, o governador Raimundo Colombo interrompeu a folga do Carnaval, horas depois do ataque registrado no Centro Administrativo, e participou de reunião no comando da Polícia Militar.
Continua depois da publicidade
Diário Catarinense – O Centro Administrativo foi alvo de um atentado. Qual sua avaliação?
Raimundo Colombo – Situação que a polícia está investigando e vai esclarecer, como todos os outros. A resposta é aumentar ainda mais o combate ao crime.
DC – O senhor não vê esse ataque com um simbolismo?
Continua depois da publicidade
Colombo – Estamos dando a resposta e vamos continuar com vigor, independentemente de onde eles tiverem atacando.
DC – O senhor falou em 100 homens da Força Nacional de Segurança (FNS), mas o Ministério da Justiça informou que seriam quantos fossem necessários.
Colombo – Falei um número aleatório. Nós temos a melhor relação com o ministro, falamos por telefone todo dia.
Continua depois da publicidade
DC – A explicação para não aceitar a FNS é que o contingente seria baixo?
Colombo – Tecnicamente, a recomendação que se faz, e isto é de todas as instituições que estão participando e a inteligência, é que a Força Nacional de Segurança deve ser utilizada em objetivos específicos. Quando houver este momento, ela será chamada. Se houver este momento.
DC – O senhor não descarta mudar de opinião?
Colombo – Se houver o momento específico, objetivo específico, sem nenhum problema.
DC – Com quem o senhor se aconselhou para recusar a oferta?
Colombo – Conversei com o ministério (da Justiça) e todas as pessoas que estão coordenando o trabalho aqui. E uma decisão técnica. A Força Nacional de Segurança será utilizada, se for o caso, em atuações específicas.
DC – A gestão do sistema prisional também é questionada. Como o senhor avalia o diretor do Deap, que colocou o cargo à disposição no dia 2 de fevereiro?
Continua depois da publicidade
Colombo – Continua com a minha confiança. Nós estamos fazendo um trabalho importante e é o momento de continuar o trabalho e consolidá-lo.
DC – O senhor acha que a mudança traria prejuízos?
Colombo – Eu acho que ele está fazendo um bom trabalho. Já entregamos o presídio de Criciúma, de Tubarão, o presídio de Chapecó, o presídio e a penitenciária de Itajaí, com mais de 600 vagas. Nós temos mais de 6 mil detentos trabalhando, 2 mil estudando. A equipe fez um grande trabalho. O que não impede de ter acontecido erros. Como, por exemplo, uma ação exagerada e inaceitável no caso do vídeo em Joinville, que vamos investigar e punir os excessos. Já foram afastados 17 funcionários.
DC – E a secretária de Justiça, Ada de Luca, está prestigiada?
Colombo – O momento é de construir um trabalho cada vez mais eficiente. Não é o momento de questionar as pessoas, a não ser que haja falhas. Neste momento estamos enfrentando uma situação e cada um dando o máximo de si. Vocês (imprensa) divulgam, e entendo, tudo que não deu certo. Mas tem um série de situações. Você veja, nós tivemos um verão tranquilo, estamos tendo um Carnaval tranquilo.
Continua depois da publicidade
DC – E já se sabe os motivos dos atentados?
Colombo – O serviço de inteligência está trabalhando, investigando. Existem muitas informações sendo checadas e aprofundadas.
DC – O senhor tem uma resposta do por quê?
Colombo – Está em curso. Temos todos os levantamentos, os diagnósticos.
DC – Então há progressos?
Colombo – Sim, e não posso dizer mais que isso. Nesta situação você tem um inimigo, que é o crime. Não cabe passar informação sigilosa sobre a nossa investigação porque o efeito é negativo para o nosso trabalho. Algumas coisas, pela característica dela, temos de tratar como inteligência para proteger o Estado, as nossas forças.
DC – O governo diz que controla a situação, mas os ataques continuam. Por quê?
Colombo – Existe muito vandalismo neste momento. A grande maioria dos (atentados dos) últimos dias têm sido feito por vândalos. O pico da crise se deu nos dias 31 (de janeiro), 1º e 2 (de fevereiro). A partir daí, o maior volume de atuações é de vandalismos. O Estado está fazendo todo o seu esforço e é só você olhar quantas pessoas foram presas.
Continua depois da publicidade
Clique no mapa e veja onde foram as ações criminosas:
Ver Atentados em SC – 2013 num mapa maior
Foram registrados ocorrências em 28 municípios de SC
15 – Joinville
14 – Florianópolis
8 – Itajaí
6 – Chapecó
6 – Tubarão
4 – Camboriú
4 – Criciúma
4 – Navegantes
4 – Palhoça
2 – São Francisco do Sul
2 – Gaspar
2 – Jaraguá do Sul
3 – São José
2 – Brusque
1 – Laguna
1 – Araquari
1 – Balneário Camboriú
1 – Maracajá
1 – Ilhota
1 – Indaial
1 – Blumenau
1 – Bom Retiro
1 – Garuva
1 – São João Batista
1 – São Bento do Sul
1 – Rio do Sul
1 – Porto União
1 – São Miguel do Oeste