Eram tempos difíceis quando Jesus ressuscitou. Entre os homens, prevalecia a lei de talião – olho por olho, dente por dente. Um ato de violência era devolvido na mesma moeda. Jesus veio pra mostrar que o amor e o perdão têm mais poder. Ensinou a dar a outra face: o amor no lugar do ódio, a paz no lugar da revolta. Quando acharam que o haviam derrotado, ele provou que a vida e a esperança estão acima de tudo. Apesar da dor e do sofrimento, é sempre possível renascer.
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Antes da Era Cristã, a Páscoa já trazia a força da renovação e da libertação. Depois de um longo período de escravidão e uma sequência de dez pragas – marcada por doenças e mortes – o faraó libertou os israelitas. Tudo isso há tanto tempo… E agora cá estamos nós de novo, atrás da cura e da renovação.
Hoje as guerras são de palavras, e muitas vezes, entre pessoas do mesmo sangue. Polarização política, jeitos diferentes de lidar com esse momento, tudo é combustível para discussões fervorosas. Enquanto isso, a praga atual se espalha justamente através do que mais precisamos pra viver: o ar.
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Mas sempre existe uma luz, um caminho. E eles podem estar em um cantinho da nossa própria casa. É isso que muitos catarinenses têm descoberto. Em tempos de distanciamento social, home office e de olhar para dentro, muitas pessoas encontram a renovação em novos hábitos, novas habilidades e até, nova profissão!
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Você vai conhecer histórias de pessoas que deram um novo sentido aos desafios impostos pela pandemia. Que estão combatendo a tristeza com alegria. O desânimo com inspiração. Estão dando a outra face. Mostrando a força da renovação.
Na sala de casa, um reencontro consigo mesma
A Elis conheceu uma nova Elis na sala da própria casa, em Itajaí. Desde a adolescência a jornalista trabalhava todo dia na rua. Ficar em casa e acompanhar de longe tanta notícia ruim mexeram muito com ela. Mas Elis não se sentiu derrotada. Encontrou o equilíbrio entre as duas agulhas do tricô. Aos 52 anos, descobriu uma nova habilidade.
– Antes eu sabia fazer algumas coisas bem básicas. Mas aí resolvi me desafiar. Estou velha, mas sempre posso aprender alguma coisa – fala Elis Brandina de Lima Soares, enquanto sorri largamente.
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As aulas foram pela internet. Começou pesquisando como fazer os primeiros pontos. Depois já aprofundou a pesquisa e aprendeu a trançar.
– Antes, quando via algo bonito de tricô, pensava: “Meu Deus do céu, a pessoa tem que ser um gênio pra fazer isso”. Hoje descobri que eu mesma consigo fazer – celebra.

Elis já distribuiu peças tricotadas por ela a amigos e familiares, até de outros estados. O carinho chega pelos correios. Mas ela não cobra nada. O que ganha com isso? Saúde mental. Enquanto concentra-se pra contar os pontos e fazer os movimentos corretos do tricô, ela esquece tudo que está acontecendo da janela pra fora:
Isso me faz muito bem. Ajuda a atravessar essa situação toda, as preocupações com a pandemia. Canalizo toda a minha energia e concentração nos pontos.
O poder da arte para vencer a ansiedade
Também isolada em casa, em Blumenau, a psicóloga Joseane Monteiro Maurício descobriu que também pode ser artista. Aprendeu a fazer mandalas e já distribuiu agendas para os pacientes com as artes feitas por ela.
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– Estava muito ansiosa. Tudo parecia que demorava mais do que eu queria que demorasse. E foi assim que comecei a fazer as mandalas – conta Joseane.
Para Silvane Schneider, a renovação também veio pelas próprias mãos. Como orientadora pedagógica, em Blumenau, ela tinha a rotina marcada pela presença de muitas crianças e barulho. Passou o ano de 2020 quase todo em casa, sem trabalhar.
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O silêncio interminável da casa vazia abriu espaço para um novo aprendizado. Ela tem feito sousplats de crochê pra vender – aquela base que fica embaixo do prato pra deixar a mesa mais bonita.
– Tem sido muito legal! Aprender crochê tem muitos pontos positivos pra mim nesse período. Ajuda a aliviar a ansiedade, além de ser um passatempo. É muito bom para o cérebro e também pra concentração.
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*Textos de Patrícia Silveira, da NSC TV
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