O horário nobre nunca teve tanta diversidade. A alternância das histórias de Ivana (Carol Duarte) e Nonato (Silvero Pereira) trouxe à tona dois lados do universo LGBT. Ao retratar a questão de um transgênero e de um travesti, Gloria Perez informou, emocionou e esclareceu assuntos até então pouco discutidos na ficção e na vida real. A novela pautou a imprensa nacional e trouxe à tona vários tabus, quebrando barreiras e marcando a teledramaturgia nacional.

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De Ivana a Ivan

(Foto: Estevam Avellar / TV Globo)

Carol Duarte chegou de mansinho, ganhou destaque aos poucos e, quando menos esperávamos, estava com o público em suas mãos. O drama do transgênero Ivana, agora Ivan, ganhou corpo, voz e trejeitos de forma sutil e brilhante, sem chocar ou afrontar ninguém. Bem construído e belissimamente interpretado, o personagem trouxe ao Brasil inteiro o drama de quem nasceu no corpo errado. Com muita informação, didatismo e emoção à flor da pele, o assunto que até outro dia era tabu virou tema de discussões em família, mesas de bar e notícia no mundo inteiro. A grande sacada da autora foi ter trabalhado a questão da transexualidade aos poucos, sem pressa. Assim, o público viveu junto com Ivana cada descoberta, sem choque. Quando a transição teve início, todos já amavam e torciam pela personagem.

Vida dupla

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(Foto: Maurício Fidalgo / TV Globo/Divulgação)

Nonato ou Elis Miranda? Os dois tiveram o mesmo carisma e destaque pelas mãos do talentoso Silvero Pereira. A dobradinha com o preconceituoso Eurico (Humberto Martins), divertida e, ao mesmo tempo, dramática, foi um acerto e tanto para mostrar outra visão sobre o universo LGBT. Enquanto Ivana se debatia com as angústias de ter nascido em corpo feminino, Nonato nunca rejeitou as formas masculinas, apesar de se sentir melhor em trajes de mulher.

(Foto: Raquel cunha / TV Globo/Divulgação)

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