As startups crescem cada vez mais em número e em resultados no desenvolvimento da saúde pública e privada, melhorando a experiência do paciente e ampliando os resultados do trabalho de médicos e profissionais do setor. Essa realidade está registrada no Distrito HealthTech Report 2019, uma das principais fontes de inteligência sobre novas tecnologias e inovação no mercado de saúde do Brasil, com coleta de dados nacionais e internacionais. Neste ano, em sua segunda edição, o documento mapeou 386 startups da saúde em atividade no país, com análise do ecossistema e seus players, constituindo-se numa valiosa avaliação das tendências do mercado, assim como as oportunidades de negócios.  

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Entre as principais constatações do HealthTech Report destaca-se a classificação das startups por área de trabalho, com predominância nas soluções criadas para melhorias na gestão de clínicas, hospitais e laboratórios, num percentual de 24,2% das empresas em atividade. Em segundo lugar estão as ferramentas geradas para marketplace, acesso à informação, farmacêutica e diagnóstico, com 10% do total das healthtechs, seguidas por ações em Big Data, Medical Devices, Telemedicina, relacionamento com pacientes e wearables, em menores escalas.

Também vale a atenção para o fato de que mais de 94% das healthtechs que foram mapeadas têm 50 funcionários ou menos, enquanto somente 2,5% do total das empresas possuem mais de 100 colaboradores. Além disso, o documento atesta que, na média, uma startup da saúde é formada por 2,86 sócios, com idades entre 26 e 45 anos. E ainda é possível diagnosticar que a proporção de mulheres entre os quadros societários é de uma para cada cinco homens, número 4,6% maior do que o percentual de mulheres encontrado nas startups do setor financeiro.

No cenário mundial, o crescimento maior das startups de saúde iniciou em 2014, abrindo o caminho para novos investimentos no mercado. Porém, entre os anos de 2018 e 2019, as soluções voltadas para a saúde e que melhoraram o acesso à assistência médico-hospitalar tiveram o maior crescimento de investimentos no mundo. Na atualidade, o destaque maior está na aplicação e na pesquisa de Inteligência Artificial, que também atrai cada vez mais os chamados gigantes da tecnologia, como Apple e Google, por exemplo, que vêm direcionando expressiva quantia anual para o desenvolvimento de iniciativas no ramo.

Já a Internet das Coisas (IoT) tem perspectiva de ainda maior avanço nos próximos anos, especialmente no gerenciamento de medicamentos, no monitoramento e controle de doenças crônicas, entre outras funcionalidades.

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Todas essas informações mais uma vez evidenciam a evolução da tecnologia na saúde. Não por outra razão, segundo o HealthTech Report, a previsão de especialistas em economia é de que até 2025 o mercado global de saúde apresente ganhos na faixa de 4% a 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta, o que representa entre 3,9 e 11,1 trilhões de dólares. Tais projeções são apresentadas no relatório do Plano Nacional de IoT do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) que também estima, para o Brasil, ganhos da faixa de 50 a 200 bilhões de dólares na saúde, também até 2025.

*Ademar Paes Junior é médico radiologista e presidente da ACM