“A família nega, mas funcionários da escola dizem que eles eram namorados”, diz promotora de Justiça

De acordo com as investigações da Polícia Civil, o estudante de 16 anos encontrado morto no banheiro do Instituto Federal Catarinense em Sombrio, no dia 18 de novembro, foi assassinado friamente pelo jovem de 17 anos com que teria um relacionamento amoroso. O autor teria planejado o crime, ele confessou que matou o jovem porque os dois estariam vivendo uma relação conturbada.

Promotora de Justiça da Infância e da Juventude, Elizandra Sampaio Porto, disse que apesar de a família negar o envolvimento dos dois, funcionários da escola garantem que eles eram namorados.

Nesta sexta-feira o Ministério Público apresentaria a representação do caso e o jovem de 17 anos ficará à disposição da Justiça para o julgamento. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente ele poderá ficar internado por um período máximo de três anos. Ele permanece apreendido no Centro de Internação Provisória (CIP), em Criciúma, e pode permanecer no local por até 45 dias.

Diário Catarinense – A senhora ouviu os depoimentos dos pais do adolescente acusado do crime? O que eles falaram?

Elizandra Sampaio Porto – Eles foram ouvidos e se mostraram muito abalados. Disseram que tinham ciência desta relação de amizade e proximidade entre os dois.

DC – A família confirma que havia um relacionamento entre eles?

Elizandra – A família nega, mas há relatos de funcionários na escola que dizem que eles eram namorados.

DC – A responsabilidade da instituição de ensino, já que o crime ocorreu nas dependências da escola, serão apuradas?

Elizandra – Vai ser apurado, mas levando em conta a liberdade de cada um dentro da escola. Sendo que foi no horário de almoço e poderia ter ocorrido em qualquer lugar. Mas será aberto um outro procedimento dentro do Ministério Público.

DC – O fato de ele ter revelado nas consultas com os especialistas o desejo de matar não deveria ter sido levado em conta?

Elizandra – Acredito que ficou no sigilo profissional e foi tratado o sentimento em si e em nenhum momento se deu credibilidade que ele realmente faria isso.

DC – Em casos como estes os pais tem alguma responsabilidade sobre os atos dos adolescentes?

Elizandra – A lei estabelece que a partir dos 12 anos o adolescente já pode ser responsabilizado pela sua conduta que não pode ser transferida para terceiros. Não há culpa da sociedade, nem dos colegas. ??