A confirmação ou não de que o teatro dará mais visibilidade ao cenário cultural de Balneário Camboriú só virá com o tempo. No entanto, o exemplo da importância dessas iniciativas vem de perto. Na vizinha Itajaí, o Teatro Municipal inaugurado em 2004 marcou uma nova fase.

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Diretor e coreógrafo do grupo de dança Millenium há 17 anos, Thurbo Braga diz que antes da construção do prédio não havia espaços preparados para receber um espetáculo de dança com todos os elementos necessários como som e iluminação. Ele conta que hoje os alunos conseguem ter dimensão de cochias, espaço cênico e plateia, graças a estrutura disponível.

Depois da construção do espaço Itajaí deu passos importantes para a projeção da cidade nacionalmente, como receber o Festival de Teatro Toni Cunha, a realização do Itajaí em Cartaz e até os projetos de circulação de espetáculos nacionais que agora inserem a cidade peixeira no itinerário.

Há tempos os artistas Balneo-camboriuenses têm se organizado e utilizado também o Teatro de Itajaí para suas apresentações. Exemplos são a Cia Teatral 3 em Athos com o espetáculo A Dama de Copas e o Rei de Cuba no ano passado, e a companhia de dança Start crew, que participou do 5º Itajaí Hip Hop Session, em outubro do ano passado.

Para a atriz da Téspis Cia de Teatro e ex-diretora do Teatro Municipal de Itajaí Denise da Luz, tanto a lei de incentivo à cultura quanto o teatro são uma conquista da mobilização e organização dos grupos de Balneário, que ao reivindicar provam que têm condições e capacidade artística de mostrar o seu trabalho. Ela conta que nos primeiros anos da Téspis só existia a Casa da Cultura Didi Brandão em Itajaí – e sem a estrutura de teatro que ganhou com as últimas reformas – ela e outros artistas tentaram manter uma mostra cultural na cidade:

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– Como o espaço era pequeno, com o tempo a Casa passou a não comportar mais.

Sobre a construção de público, Denise já observa em Itajaí mudanças quali e quantitativas. Mas salienta que a divulgação, tanto da direção do teatro quanto dos grupos com seus trabalhos, é fundamental para consolidar a plateia e também combater a sazonalidade. Entre as duas cidades pode sim haver relações entre público e grupos. Para intensificar essa parceiria, Anderson Beluzzo diz que pensa em criar um consórcio que unifique itens como a Lei de Incentivo entre os municípios, o que possibilitaria que mais projetos de qualidade fossem contemplados independente de sua localidade.