Homem forte da equipe econômica do presidente Michel Temer (PMDB), Henrique Meirelles se tornou alvo de especulações na corrida ao Planalto no ano que vem. Em meio a uma agenda corrida, ele respondeu aos jornais da NSC em uma entrevista que analisa a confiança do mercado no país e expectativas eleitorais.
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O senhor tem reiterado em eventos e entrevistas que a crise já passou. Há sinais positivos da economia, mas a geração de emprego ainda cresce em ritmo lento. Quando esse crescimento será mais acelerado?
O emprego já está crescendo e esse crescimento tem um aumento gradual. Portanto, nós vamos ver isso evoluindo nos próximos trimestres de uma forma cada vez maior. Isso paulatinamente vai ser sentido pela população.
As novas regras trabalhistas estão para entrar em vigor. O que é possível projetar para a economia brasileira com essas mudanças em funcionamento?
As novas regras trabalhistas devem gerar nos próximos 10 anos cerca de 6 milhões de novos empregos no Brasil, além de colaborar para o aumento da produtividade.
Um dos fatores levados em conta pelo empresariado na hora de planejar investimentos é a confiança com a economia e o governo. A instabilidade dos últimos anos fez muita gente colocar o pé no freio. Agora, o Congresso arquivou as duas denúncias feitas pela PGR contra o presidente Michel Temer (PMDB). Há mais tranquilidade para se investir agora?
Certamente hoje o nível de confiança é muito maior. Isso tende a ser reforçado com a possível aprovação da reforma da Previdência. Agora, um componente importante vai ser a evolução das perspectivas das eleições de 2018, que vão definir a trajetória do país nos anos seguintes do ponto de vista de orientação de política econômica. Isso vai ser um fator decisivo e importante durante o ano.
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SC é um dos grandes exportadores de carne (frangos e suínos) do país. Quais as perspectivas para esse mercado?
A exportação de frangos e suínos é algo que o Brasil tem uma capacidade muito forte e temos certeza de que vai evoluir favoravelmente nos próximos anos, em virtude da demanda mundial que está crescendo e particularmente daqueles mercados para onde o Brasil exporta.
São grandes as especulações de que o senhor participará das eleições do ano que vem. Recentemente, o senhor disse, em tom de brincadeira, que ser vice pode ser interessante. Qual será o seu papel no pleito de 2018?
Na questão do vice houve, na realidade, um mal entendimento. Quem perguntou em tom de brincadeira foi o coordenador do evento (o ministro participou de um evento com empresários em São Paulo em 31 de outubro, onde teria dito que a possibilidade era interessante), que perguntou se eu seria candidato a presidente. Quando eu respondi que no momento estou concentrado 100% no Ministério da Fazenda e vou decidir sobre candidatura a presidente ou não apenas no começo do segundo trimestre do ano que vem, ele em tom de brincadeira me perguntou: “E a vice?”. E eu respondi que era uma pergunta interessante, no sentido de ser curiosa, de ser uma pergunta, evidentemente, que eu não estaria levando em consideração. Mas em seguida eu já disse que não há a menor possibilidade de eu ser candidato a vice-presidente. Em relação a uma candidatura a presidente, é exatamente o que eu já respondi: é uma decisão a ser tomada no ano que vem. No momento, estou totalmente concentrado, focado e dedicado ao meu trabalho no Ministério da Fazenda para consolidar a economia brasileira no seu ritmo de crescimento sustentável.