A tragédia de quarta-feira também evidenciou um desnível na pista

que pode contribuir para as ocorrências graves.

Pouco mais de um mês depois da notícia da liberação pelo Ibama da Licença Prévia (LAP) para a construção de dois túneis no Morro dos Cavalos, um novo acidente no trecho da BR-101 em Palhoça chama a atenção para a urgência na duplicação nos três últimos gargalos existentes em Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

Além das obras entre os quilômetros 232 e 235, no município da Grande Florianópolis, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) precisa concluir a ponte sobre o Canal de Laranjeiras, em Laguna, e o túnel do Formigão, em Tubarão.

Continua depois da publicidade

O choque entre um ônibus e uma carreta, no início da manhã de quarta-feira, matou o motorista do coletivo Dionir Valério, 48 anos, e feriu 30 pessoas. Dionir entra numa triste lista contabilizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF): é a oitava vítima fatal no trecho – considerado o mais perigoso da 101 no Estado – apenas em 2013. Só desde o início do ano, foram 110 acidentes no local.

A tragédia evidenciou também um desnível na pista, que pode contribuir significativamente para as frequentes ocorrências graves no Morro dos Cavalos, e a falta de respostas conclusivas sobre quem tem efetivamente a responsabilidade de resolver o problema. A Autopista Litoral Sul, concessionária, afirma que tem a atribuição de manter e sinalizar o trecho e que não cabe à empresa fazer as obras estruturais necessárias para a solução do problema no local. Já o DNIT informa que após a concessão da rodovia não tem mais jurisdição para qualquer intervenção ou melhoria do trecho. E passa bola para a concessionária. Espera-se um posicionamento claro e definitivo por parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A demora na conclusão da duplicação da BR-101 vem gerando enormes prejuízos financeiros ao Estado de Santa Catarina, sem considerar os gigantescos custos sociais relativos às tragédias que ceifam vidas. A sociedade não pode se acomodar, em hipótese alguma. Nosso papel, conforme já salientou o Diário Catarinense em editorial publicado no início de setembro, é cobrar permanentemente para que a vontade política de levar a duplicação adiante não perca fôlego e consiga desatar os nós burocráticos que possam surgir.

Continua depois da publicidade