Ao ler o título O Velho e a Mosca e associá-lo a uma história infantil, é quase impossível não lembrar do trecho da música de Raul Seixas “Eu sou a mosca que pousou sua sopa, eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar”. E foi inspirada nessa canção que a americana Bel Barcellos escreveu este livro.

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Uma mosca gulosa e perdida em busca de comida encontra um velho solitário e ranzinza, que mora numa casa isolada no alto de um morro. Assim começa a prosa de Bel Barcellos. Na história, um encontro inesperado acontece quando a mosca vê a comida seca do velhinho, e tenta comer um pouco. Ele se irrita e dá uma bofetada na pobre mosca esfomeada.

A autora consegue fazer com que o leitor se envolva com o inseto considerado nojento pela maioria das pessoas. Sem querer, a mosquinha passa a ser digna de pena. O velho então resolve elaborar uma armadilha para a danada, e ela, ainda esfomeada, acaba caindo na sopa fervente.

A pequenina mosca chega na vida do velho para sacudir sua rotina tão cheia de nada para fazer. As palavras e as pinturas da autora foram inspiradas na curiosidade de seus dois filhos, e na lembrança das histórias que Bel ouvia da avó. A quarta capa do livro é assinada por Gabriel, O Pensador. Solidão, egoísmo, perdão e compreensão são alguns dos valores que podem ser repensados ao ler O Velho e a Mosca.

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O Velho e a Mosca, Rocco, de Bel Barcellos, 32 págs., R$ 28,50