Guilherme Bertani

Diretor comercial da Docol

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no jantar de 30 anos da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), no início do mês, anunciou que pretende estimular a troca de dispositivos hidráulicos obsoletos por tecnologias mais modernas e econômicas nos edifícios públicos. É uma das medidas para enfrentar a grave escassez que assola o Estado paulista, principalmente as regiões metropolitanas da capital e de Campinas.

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O desperdício de água é um assunto que recebeu pouca atenção da sociedade, e agora sentimos os reflexos deste descaso. Motivar a população a adotar um comportamento consciente e atualizar metais e louças sanitárias trarão um resultado maior em um menor espaço de tempo do que ações governamentais.

A simples escolha entre uma torneira com ou sem arejador, com ou sem fechamento automático, com ou sem um sistema de vedação perfeito ou de um registro que mantém a vazão constante faz toda a diferença, tanto quanto diminuir o tempo do banho ou fechar a torneira ao escovar os dentes. Estas tecnologias estão à disposição do consumidor, são fáceis de instalar, duráveis e geram benefícios para o bolso e para o meio ambiente.

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No entanto, apesar reconhecerem o problema, as pessoas ainda não se mobilizam para utilizar produtos com este fim. A adoção de registros reguladores de vazão nas instalações hidráulicas de prédios e casas, por exemplo, reduz o consumo de água em até 40%. A instalação de um simples arejador na torneira da cozinha diminui em até 90% o consumo da água. Existem acabamentos para válvula de descarga com dois tipos de acionamento, para líquidos e sólidos, e que economizam até 60% no consumo de água.

A utilização destas soluções nos lares compensa na conta da água no curto prazo e, a partir do retorno do investimento, a economia é permanente. Se o consumo cair, a necessidade de mais investimentos em coleta, tratamento, armazenamento e distribuição de água será menor, assim como o impacto sobre o meio ambiente. Isso não depende de governos ou projetos, cujos resultados só serão vistos em longo prazo.

Estas atitudes possuem ganhos expressivos (economias superiores a 30%), demandam um pequeno gasto (muitas vezes inferiores ao preço de uma pizza) e causam impactos imediatos.