Há 13 anos, sete meses e 29 dias o Diário Catarinense publicou sua edição de número 5.000. Fui incumbido pelo então editor-chefe Claudio Thomas de liderar o projeto que culminou com a publicação de um caderno com 200 páginas e um tema desafiador: o futuro.
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Com uma dedicação de detetives, os jornalistas Viviane Bevilacqua e Tarcísio Poglia se lançaram a um trabalho apaixonado. Investigaram junto a observadores e especialistas quais seriam as possíveis notícias que o DC publicaria nas 5 mil edições seguintes.
Ouviram, por exemplo, que crimes passariam a ser virtuais – e aconteceu. As baleias-francas tenderiam a desaparecer do litoral catarinense – e não aconteceu. Até dúvidas sobre como seria o jornal do futuro foram levantadas naquela edição de 20 de dezembro de 1999. No instigante exercício de antever o amanhã, uma certeza nos guiava: fossem quais fossem, as notícias jamais prescindiriam de jornalistas para apurá-las com qualidade, paixão e independência – e acertamos.
O tempo correu, atuei durante um produtivo período no Jornal de Santa Catarina, veículo do Grupo RBS em Blumenau, e há um ano aceitei do desafio de voltar ao DC como editor-chefe. Agora às portas da edição 10.000, a ser publicada no dia 7 de setembro.
Desta vez, para definir o conteúdo, decidimos consultar a nossa maior autoridade: você, leitor. Sob o comando da editora Jaqueline Morais, o projeto selecionou um cardápio de notícias, imagens e capas marcantes publicadas pelo jornal até hoje. E perguntamos a você quais assuntos quer revisitar. Que histórias precisam ser relembradas ou recontadas? Que protagonistas merecem ser notícia de novo? Veja como participar na reportagem das páginas do DC deste domingo.
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Numerar edições de um jornal é um pequeno ato com enorme significado. Ele concretiza o trabalho diário de contar e ler histórias que formam um sentido maior, a história do nosso tempo. E relembrar episódios marcantes é uma maneira de perenizá-los.
Enquanto preparava este texto, tentava imaginar como seria a edição 15.000, daqui a outros 14 anos. Na quinta-feira, assisti ao show de um iluminado da música brasileira, Toquinho, no Teatro do CIC, e prestei atenção aos versos de Vinicius numa canção conhecida por todos, Aquarela: “O futuro é uma astronave que tentamos pilotar (…) Vamos todos numa linda passarela / De uma aquarela que um dia enfim / Descolorirá.”