Em 1998, o então vice-presidente da CBF para o Sul do Brasil, João Jorge Pio, fraturou um braço e ficou cinco meses parado depois de uma cirurgia. Como estava a serviço da CBF, solicitou à entidade um auxílio financeiro. Teria que dar um recido para justificar. Como não tinha, pediu a Marcio Volgesanger, presidente do JEC na época, um papel timbrado que serviria como recibo. A grana veio, entrou na conta do João Jorge e a CBF recebeu um recibo do Joinville. Pio diz que nem se lembra se foram mesmo R$ 60 mil. Nada com o Joinville João Jorge Pio contou esta história ontem à tarde à coluna e disse que está à disposição de quem quer que seja para maiores esclarecimentos. Acrescentou: “Jamais deixei Balneário Camboriú. Daqui nunca saí. Meu telefone está inteiramente à disposição das autoridades.” E autorizou a coluna a publicá-lo: (47) 9967-5166. João Jorge diz que o JEC não tem nada com a história; apenas Volgesanger cedeu um papel timbrado que acabou servindo de recibo para a CBF, que deve ter sido contabilizado como doação ao Joinville. O “Caso FCF” Em princípio, a coluna não vê nenhuma novidade em relação a doações da CBF feitas à FCF. Não foi a primeira e nem será a última. A entidade maior do futebol sempre cobriu problemas financeiros das afiliadas. Consta até que há uma verba mensal de R$ 12 mil da CBF para a Federação Catarinense. Como disse o presidente, está tudo contabilizado. Então… A versão do JEC Márcio Vogelsanger disse à coluna ontem à tarde que em 98 foi feito um projeto no Joinville para obter recursos, a fim de promover melhorias no Estádio Ernestão. Este projeto foi entregue a João Jorge Pio, então vice da CBF para o Sul, para que ele negociasse com a CBF. O Joinville deu a João Jorge dois recibos de R$ 60 mil cada. Segundo Márcio, este dinheiro nunca chegou ao JEC, que agora quer saber na conta de quem foi parar a grana. Está feia a coisa… A carta Em meio às notícias vindas de Brasília envolvendo esta doação da CBF ao Joinville, e que deixou dirigentes do tricolor preocupadíssimos, surge agora uma carta, assinada pelo mesmo João Jorge Pio e dirigida ao presidente Ricardo Teixeira, contando fantásticas histórias do futebol catarinense e envolvendo até o pescoço a Federação Catarinense. Pio, quando soube, ficou horrorizado e disse que jamais escreveu à CBF, muito menos pra fazer denúncias. Não tem a menor idéia de quem possa ter falsificado a sua assinatura. Esclarecimento De onde surgiu esta carta? Ela foi entregue na redação da RBS em Blumenau pelo ex-árbitro Dalmo Bozzano e encaminhada à cordenação de esportes da emissora, em Florianópolis. Outra pergunta: se a carta-denúncia contém assinatura falsa de João Jorge Pio, deflagra-se um novo processo de jogo baixo e sujo no futebol catarinense? Alguém quer aproveitar o momento de denúncias no futebol brasileiro, para tirar proveito e enlamear o nosso futebol? Certamente, muitas denúncias vazias surgirão…
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