Pode parecer pretensioso sugerir comportamentos que desconstruam algo tão enraizado em nossa cultura: o jeitinho brasileiro. Na verdade, romper com isso não é mais opção, mas movimento irreversível e já em curso. Pequenos aliciamentos que permeiam o nosso cotidiano, tão corriqueiros, ficaram ainda mais expostos quando grandes empresas entraram no cerco de operações como a Lava-Jato.

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Cumprir a lei voltou ao foco, assim como se ater às regulações anticorrupção. Líderes de alto desempenho estão sendo preparados e cobrados para agir disciplinadamente, usando ferramentas mais efetivas na gestão, para garantir sustentabilidade financeira e perenidade das organizações, com ações consistentes, íntegras, alinhadas às melhores práticas como expressão dos valores da empresa. Praticar o que se prega é o antídoto ao ¿faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço¿.

A liderança pelo exemplo é o alicerce da desconstrução do jeitinho, com a premissa de se colocar como parte do problema, protagonista, oferecendo soluções e decisões pautadas em valores e propósito. Esta transição tem sido implacável, por exemplo, com reações – em reuniões de planejamento ou orçamento – como ¿estarei verificando¿ ou o ¿deixa comigo¿. Agora é preciso ser claro, ter compromissos mensuráveis. Quem faz exatamente o quê e para quando rebatem respostas evasivas que favoreciam o não cumprimento das metas acordadas.

O objetivo não se restringe à manutenção dos resultados no longo prazo em conformidade com a lei, mas na consolidação permanente da confiança. Alguém ainda acredita em quem diz uma coisa e faz outra? Você delegaria atribuições para quem não entrega o que se compromete?

Pedidos explícitos constituem a grande rede de compromissos que são as organizações. Assumir responsabilidades e honrar compromisso é vital. Quando não for possível, avisar com antecedência, renegociar. Agindo assim, comunicando e envolvendo os potenciais credores, garantimos integridade e manutenção da confiança nas relações de trabalho.

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