Francis G. Fachini
Diretor comercial da Fakini
O discurso do empresariado brasileiro é unânime no que se refere à economia em 2015. Baseados em números e expectativas, executivos abandonam investimentos e há um clima de velório pelo crescimento que está em vias de morrer. Não é à toa, claro. O momento não é dos melhores.
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No início de 2014, a falta de expectativa era similar. E, ainda assim, crescemos 25% em faturamento. A Fakini não é um caso isolado. Há empresas no nosso mercado que cresceram 10%, 15%, outras mais de 30%. E não há milagre nisso.
O pessimismo não pode nos cegar para as oportunidades de melhorar. É nesse momento que devemos colocar uma lupa em todos os processos, repensar os nossos objetivos, aprender com os erros já cometidos.
Há cerca de dez anos, passamos por uma crise muito intensa. Cometemos alguns erros estratégicos guiados pelo que o mercado nos apontava e acabamos amargando prejuízos. Mas nossos clientes nos apontavam outro caminho. Os lojistas que comercializavam as nossas peças, que eram o elo entre a marca e o consumidor, nos diziam que era possível, que conseguiríamos superar qualquer dificuldade.
Entendemos, a partir daí, que os cenários globais são importantes para que possamos nos situar num contexto empresarial e econômico. Mas a pior crise que pode acontecer é no relacionamento entre as empresas e os seus clientes.
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É preciso humildade e sabedoria para entender que está no cliente a resposta para várias perguntas e também perguntas para várias respostas que ainda não temos. E se essa relação entre quem está na ponta e quem está na fábrica estiver saudável e todos quiserem o melhor para as suas empresas, há menos motivos para desespero.
Há no mercado muitos motivos para temer. Mas e dentro de cada empresa, não há um número ainda maior de oportunidades para melhorar?
Enquanto não colocarmos a inovação, a perseverança e a vontade de fazer acontecer em primeiro plano, não haverá mudança no sentimento de luto por empresas que talvez não percebam, mas estão bem vivas e podem pulsar mais fortes do que nunca.