O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quinta-feira, na CPI da Petrobras, que não sofreria nenhum constrangimento se a comissão optasse pela quebra de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico.
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– Se a comissão assim o entender que deve, deve promover a abertura dos meus sigilos. Não tenho nenhum problema, não terá nenhum constrangimento – disse em resposta à pergunta do deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
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Cunha afirmou que a comissão é soberana para decidir também quem deve ser ouvido. Ele voltou a reclamar da condução das investigações da Lava-Jato pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e lembrou que antigamente os pedidos de investigação eram antecipados de solicitações de explicações aos envolvidos. Só depois das explicações dos envolvidos, era que o procurador-geral levava adiante a investigação.
– Isso não foi feito com ninguém – protestou.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse não acreditar em uma ação politizada do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mas não descartou a possibilidade de erro na condução dos trabalhos. Ela concordou com a tese de “vazamentos seletivos”.
– No nosso partido, também houve vazamentos seletivos. Essas delações não podem ser tidas como palavra final – afirmou.
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A parlamentar se indignou com as menções ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff.
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– Vossa Excelência não pode vir aqui trazer o nome de pessoas sequer citadas – atacou.
Cunha disse não ter condições de afirmar a forma como o governo atuou para interferir na lista dos investigados da Operação Lava-Jato. Ele negou que tenha recebido vantagens ilícitas e que tenha contas no exterior.
Questionado sobre a transferência do ministro Dias Toffoli para a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF), colegiado que julgará parte dos processos da Operação Lava-Jato, o peemedebista se esquivou.
– Não seria ético fazer qualquer tipo de comentário – respondeu.