O evento de assinatura do contrato entre BMW e governo estadual, ontem, em Florianópolis, não poderia refletir melhor a importância do acordo para SC. O Teatro Ademir Rosa, no CIC, atraiu cerca de 600 pessoas, entre ministros, senadores, deputados federais e estaduais, além de executivos da empresa alemã e de diversas partes do Estado. Nos discursos, a mensagem final era a mesma: a BMW é um marco na história do Estado.
Continua depois da publicidade
Ao contrário do que se espera de um evento de assinatura de protocolo, cheio de autoridades, o clima que imperava no evento era o de celebração. Ainda mais depois de o prefeito da pequena Araquari, no Norte do Estado, cidade que vai receber a única fábrica da BMW na América Latina, ter quebrado qualquer formalidade restante.
No discurso acalorado e pessoal, João Pedro Woitexem (PMDB) lembrou que Araquari é conhecida como a capital catarinense do maracujá, e arrancou risadas da plateia quando disse que a festa em homenagem aos produtores da fruta é maior que a Festa do Pinhão, em Lages, local de origem do governador.
A declaração representou bem o contraste entre o que era e o que será o município de pouco mais de 23 mil habitantes. O faturamento estimado de R$ 2 bilhões da BMW só no primeiro ano de operação em SC é quase quatro vezes mais alto que o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade.
Continua depois da publicidade
Colombo fala de dever cumprido
No mesmo clima de festa, o governador Raimundo Colombo dispensou um longo e ensaiado discurso, justificando que, naquele momento, a emoção falava mais alto, e ressaltou a sensação de dever cumprido. Após um ano e meio de negociações, a “firme e exigente BMW” comprometia-se com o Estado.
Esforço que não passou batido aos olhos de Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que fez questão de ressaltar que apesar do governo federal ser capaz de atrair empresas globais com incentivos _ como no caso do Inovar-Auto _, são os estados os responsáveis por convencer as companhias a fixar plantas fabris em seus territórios.
Para o ministro, a montadora alemã escolheu SC principalmente pelo empenho do governo estadual, mas também pela pujança econômica do Estado e pela qualidade do trabalhador daqui. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, argumentou que, assim como SC teve a competência de abrigar a única escola do balé Bolshoi fora da Rússia, remetendo à apresentação de dança na abertura do evento, terá a capacidade de produzir os melhores modelos BMW do mundo.
Continua depois da publicidade
Um dos nomes mais festejados do evento, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen, destacou o que SC tem a ganhar com a instalação da BMW, como o fortalecimento das empresas fornecedoras de insumos, entre elas a Tupy, criação de estrutura nos portos para a importação e exportação de automóveis, qualificação de profissionais, investimento em pesquisa e transferência de tecnologia e a geração de empregos. Só na primeira fase de operação, a BMW vai gerar 1,4 mil empregos diretos e 5 mil indiretos _ até então, a expectativa era que a unidade gerasse mil empregos diretos.
O presidente da BMW Group Brasil, Arturo Piñeiro, atendeu às expectativas daqueles que ainda se sentiam inseguros sobre a vinda da BMW depois de tanto tempo de negociação:
_ O governo de SC foi até o escritório da BMW em SP e hoje estamos aqui. A sua jornada deu certo.