Qual a avaliação da Fiesc em relação ao trecho no Oeste a ser concedido?

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Santa Catarina não deveria estar de acordo com esse leilão. A obra liga o Oeste catarinense com o município de Lapa, no Paraná. Basicamente significa que essa obra liga nossa agroindústria ao porto de Paranaguá, ao invés dos portos de Santa Catarina. Devemos fazer obras na BR-282 mas que ligue aos nossos portos. Não faz sentido Santa Catarina perder essa movimentação em função de uma obra que o governo federal vai fazer beneficiando o Paraná. É um trecho de aproximadamente 460 quilômetros que incluem várias rodovias. Como a nossa estrada está mal conservada e precisaria ser duplicada, o transportador e o próprio produtor vão preferir que os caminhões trafeguem em direção ao porto de Paranaguá, que terá uma estrada nova. Ao invés de favorecer, vai prejudicar o Estado.

Como o senhor avalia o investimento que o governo federal tem feito nos últimos anos nas nossas rodovias?

No PAC e no Orçamento Geral da União estavam previstos R$ 12 milhões para serem investidos no período de 2004 a 2015 em SC. Desse total foram liberados recursos na ordem de R$ 5,8 milhões, ou seja, menos de 50%. Por isso, nossas obras demoram tanto e provocam um custo de logística muito elevado em SC. Um estudo feito junto com a UFSC e atualizado no início de 2015 indicou que a cada R$ 100 que a indústria fatura, R$ 14 são relacionados ao custo de logística, metade deste valor decorre do nosso transporte, com estradas mal conservadas que causam acidentes e mortes, além do combustível e do custo de manutenção que é maior, etc. No Brasil a média é R$ 11 e em outros países que concorrem conosco o custo é de R$ 9, então o produto catarinense já sai em desvantagem.

Como poderia reverter essa situação?

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Temos defendido na Fiesc, enviado cartas e manifestado ao Ministro de Transportes essa preocupação. O Fórum Parlamentar tem se manifestado, mas precisa ter uma mobilização, sobretudo por parte do governador Raimundo Colombo com a bancada para mostrar que isso vai trazer prejuízo para Santa Catarina.

Os valores de pedágios, que variam de R$ 5,60 a R$ 14,20, poderiam inibir o desenvolvimento da economia na região?

Os pedágios têm de estar relacionados com as obras de arte, viadutos e pontes que são necessários e o potencial de tráfego, quanto maior, menor o pedágio. São vários os critérios. Mas este valor é muito maior do que os que são cobrados em SC.