Lá em maio de 2012, em uma segunda-feira, dia 21, a presidente Dilma Rousseff viajou a Laguna para assinar a ordem de serviço da construção da então chamada “Ponte de Cabeçudas”, que no mesmo evento foi renomeada para Anita Garibaldi. Antes mesmo do início das obras, no entanto, a ponte já tinha sido alvo de suspeita de irregularidades pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
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Orçada em R$ 597 milhões, lá em 2012, a ponte eliminará um gargalo de pista simples que gera filas quilométricas na travessia de Laguna em todas as temporadas de Verão.
Só que um ano antes, uma auditoria do TCU sobre o edital do projeto, encontrou potencial dano ao erário de R$ 53 milhões. Com sobrepreço estimado em R$ 34,8 milhões na contratação de mão de obra e de R$ 8,5 milhões na aquisição de areia comercial, em vez de exploração dos areais próximos ao local do empreendimento, por exemplo.
– Isso está sendo estudado, as ponderações do TCU vão ser atendidas e vamos buscar uma redução no custo da obra no valor de R$ 40 milhões – disse ao jornal Estado de São Paulo, à época, o então superintendente do Dnit em Santa Catarina, João José dos Santos.
Passados dois anos, agora em 2014, ano em que ficaria pronta pelas previsões iniciais, informativo sobre a vinda da presidente fala em outro valor, maior em R$ 164 millhões. De acordo com a matéria divulgando sua agenda em Laguna, nesta sexta-feira, a obra agora custará R$ 761 milhões, dos quais 71,62% já foi aplicado.
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Se fossem seguidos os discursos oficiais, teríamos que os R$ 597 milhões iniciais, após reduzidos R$ 40 milhões, como disse o Dnit, resultam em R$ 761 milhões. Uma matemática que, provavelmente, só é possível com dinheiro público.
No final das contas, a presidente nem visitará mais a ponte, devido à previsão de mau tempo, que impossibilitaria o deslocamento até o local.
PS: Esta coluna não desconhece a lei de licitações, que permite aditivos de até 30% no valor inicial da obra. Por isso mesmo, nossa aposta no bolão é que o preço final fechará em exatos R$ 776 milhões.