Para ela, Floripa é uma coleção de primeiras vezes. É aqui, na capital dos catarinenses, que Janice Gomes Fernandes, 21 anos, vive a maior parte de suas descobertas. Ver o verde e a natureza por todos os lados, sentar na grama para estudar as lições das aulas de Administração, assistir a um pôr do sol na praia ou no alto de uma montanha. Tudo novidade. Coisas que ela nunca havia visto. Coisas que ela nunca havia feito. Até desembarcar aqui. O nome parece bem brasileiro. O jeito descontraído também. Mas as origens dela estão bem longe daqui. Janice vem de um país africano, Cabo Verde, constituído por 10 ilhas, onde a influência do Brasil é muito grande. Por isso, ao chegar a Floripa, a língua não chegou a ser um empecilho. Apenas a comida e o clima. Principalmente o clima.
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– Isso foi o mais tenso. Aqui chove muito. Não estava acostumada com isso, nem com o inverno.
Quando estava para concluir o ensino médio, Janice se inscreveu em um programa que leva jovens com boas notas a estudar em universidades do mundo inteiro. Podia escolher o país, mas não a cidade. No cadastro de seleção deu preferência a duas: Fortaleza e Florianópolis, onde já tinham estudado alguns familiares. E foi assim que ela veio parar em SC.
Para dar de cara com o frio e o céu de nuvens carregadas já naquele anoitecer de 11 de fevereiro de 2009. Para sentar na grama para ler e esperar o tempo passar. Para ver seus artistas preferidos de perto, ao vivo – Exaltasamba, Ana Carolina, Alcione, Ivete Sangalo.
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– Sinto saudade da minha família, mas também de Floripa, quando viajo. Floripa é minha segunda casa, o meu lugarzinho no mundo.