Os ataques desta terça-feira em Bruxelas voltaram a espalhar o terror pela Europa e transtornaram a rotina de milhares de pessoas. Os sentimentos de medo de novos atentados e de luto pelas vítimas se somam à incerteza provocada pelo cancelamento de compromissos, fechamento de sistemas de transporte e isolamento da área central da cidade.

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Brasileiros que estão na capital belga relataram a Zero Hora momentos de tensão depois dos atentados que mataram pelo menos 34 pessoas.

— A cidade acordou em pânico. Todo o comércio está fechado, há pouca gente na rua, os turistas estão recolhidos nos hotéis. É um clima muito triste — resume o jornalista carioca Ricardo Viveiros.

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Em Bruxelas desde a semana passada, Viveiros havia participado de um encontro internacional de imprensa e retornaria ao Brasil nesta terça-feira. O voo decolaria do aeroporto internacional de Zaventem ao meio-dia (no horário local). Quatro horas antes, bombas explodiam no terminal.

O jornalista tomava café da manhã no hotel, localizado no centro da cidade, quando a televisão local começou a transmitir notícias dos atentados.

O jornalista Ricardo Viveiros embarcaria para voltar ao Brasil no aeroporto internacional, um dos alvos de terroristas, nesta terça-feira
O jornalista Ricardo Viveiros embarcaria para voltar ao Brasil no aeroporto internacional, um dos alvos de terroristas, nesta terça-feira (Foto: RV&A / Divulgação)

— Escapei por pouco — diz. — No sábado, estava indo a um museu e, por acaso, vi a prisão do terrorista supostamente envolvido nos atentados em Paris. Pensei comigo que poderia haver uma retaliação. Não deu outra.

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Vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Aninal (ABPA), Ricardo Santin participava de um tradicional evento sobre agricultura — chamado de Forum For Agriculture (FFA) — no momento em que o aeroporto internacional e uma estação de trem foram alvo de extremistas. Ele conta que autoridades orientaram que o compromisso não fosse interrompido porque as pessoas deveriam permanecer no local, uma vez que o transporte público está fora de operação. Santin preferiu retornar ao hotel porque está hospedado nas proximidades.

Ricardo Santin participava de evento em Bruxelas
Ricardo Santin participava de evento em Bruxelas (Foto: Facebook / Reprodução)

— Os telefones caíram, nem todas as redes de Wi-Fi estão funcionando e, ao que parece, os telefones estrangeiros estão sem sinal de internet. Os pontos turísticos estão vazios em comparação aos dias normais, e a maioria das lojas e restaurantes, fechada. A população está com medo e surpresa — relata.

Já o pernambucano Fábio Jardelino havia recém acordado quando, pelo WhatsApp, recebeu mensagens de amigos preocupados com o ocorrido. O jornalista mora há cerca de um ano na cidade, onde cursa mestrado na Vrije Universiteit Brussels. Para ir à universidade, costuma passar pela estação Maelbeek ao menos duas vezes na semana. Nesta terça-feira, se assustou com a Bruxelas que encontrou nas ruas:

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— A cidade está praticamente fechada.

Jornalista relata clima em Bruxelas depois dos atentados