Os blumenauenses que acordaram cedo e prontos para fazer mudanças na cidade no último sábado fizeram do movimento 100em1Dia um sucesso absoluto. Pelo menos é o que diz a organização do evento, que teve 140 ações e intervenções – voluntárias e gratuitas – distribuídas pelos bairros da cidade, no Parque Ramiro Ruediger e na Rua XV de Novembro, no Centro.

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Alan Boos, um dos organizadores do projeto, diz que a edição piloto em Blumenau foi surpreendente:

– A divulgação fez a comunidade perceber como o evento é importante. Acho que nenhum grupo ativo no cenário cultural da cidade deixou de participar – comemora.

Para Boos, transformar o 100em1Dia em evento fixo no calendário da cidade não é apenas um plano, mas uma necessidade. Mesmo não tendo data definida para a segunda edição, a ideia é envolver mais o público nas etapas de construção do evento.

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– Acreditamos que a cidadania ativa pode ser realizada todos os dias, e não somente em um festival ou a cada dois anos numa eleição. Ficamos muito felizes em fomentar novas dicussões na cidade e instigar os cidadãos a atuar. Todo mundo é co-responsável pela Blumenau em que vive – destaca.

Veja abaixo quais foram os destaques do 100em1DiaBlumenau:

Amor à cidade

A grade se transformou em tecido e as cores do bordado contrastaram como cinza do céu e da calçada da Rua Antônio da Veiga, no bairro Victor Konder. Assim foi a Ame a Cidade, intervenção nas grades da Furb.

Bicicletas invisíveis

Por toda a extensão da Rua Benjamin Constant, no bairro Escola Agrícola, cones ligados por fitas sinalizadoras formaram uma ciclovia. A marcação permitiu que veículos e bicicletas compartilhassem o espaço da via com mais segurança. Nem todos respeitaram as marcações. Carros foram estacionados em pontos da via provisória.

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Maracatu

O batuque do Grupo Capivara, criado em 2007, soou diferente na manhã de sábado. O ritmo meio descompassado tinha explicação: os músicos estavam um oficina de precursão, que coincidiu com o 100em1Dia, na curva do rio Itajaí-Açu.

Imagens e solidariedade

Organizado pelos alunos de Fotografia do 3º semestre de Publicidade e Propaganda do Ibes Sociesc, a ação no Parque Ramiro Ruediger arrecadou roupas e cobertores para os moradores de rua da cidade. A ideia surgiu depois do trabalho fotográfico da turma feito durante o semestre. Cerca de 20 fotos compõem a mostra.

Corpo e mente

A ideia era sair do comum. Deu certo. O acro yoga chamou atenção de quem passava à beiro do lago do Parque Ramiro Ruediger. A oficina que reuniu cerca de 20 pessoas focou na interação. Daniela Tinti, que tem 26 anos e há 5 pratica o exercício, explica que tanto o Pilates como a yoga buscam aguçar a concentração e melhorar o equilíbrio e a força do participante.

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Na foto acima, Alaise Stringari e Franciele Leodoro mostram que o resultado dos dois exercícios combinados.

Desejos infantis

A ação Se Essa Rua Fosse Minha mostra o olhar de crianças de cinco e seis anos sobre o ambiente onde vivem. A professora Ianara Nascimento, de 30 anos, explica que o trabalho começou de forma simples na sala de aula:

– Agora cabe a nós, adultos, fundamentar e ver o que é possível tornar real.

Os trabalhos pendurados na árvore mostram desejos simples, como o da pequena Aline, de cinco anos: “Quero uma rua cheirosa, sem coisas fedorentas”.

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Muro revitalizado

Alunas de Educação Social na Espanha, Inês Gomez, 25 anos, e Alba Herraiz Moratalla, 24, arregaçaram as mangas, sujaram os cabelos e ajudaram funcionários e alunos da Fundação Pró-Família a dar um novo colorido para a parede pichada. Integrantes de um programa de intercâmbio estudantil, as espanholas sugeriram que a mobilização não se interrompa.

– Muito legal isso, mas deveria ser sempre assim, né? Todos os dias – estimulou Alba.

Cores em ação

As 85 crianças que frequentam o Centro de Educação Infantil Marita Deeke Sasse, no bairro Escola Agrícola, ganharam um novo espaço de lazer. A reforma da área externa do centro de educação foi feita pelos colaboradores do Jornal de Santa Catarina em parceria com a Benedett Tintas.

– Não tem como mensurar o valor dessa ação. Se fosse só uma manhã diferente com as crianças já seria incrível, mas isso! – emocionou-se a diretora Analu Fernanda Casagrande.

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