Cada canto da casa da alemã Barbara Weiser respira arte. No ateliê em Pomerode ela se encontra com o que há de mais vivo na sua personalidade: o bom-gosto. É essa característica que retrata em cada obra que faz. São esculturas de anjos, cavalos, pessoas, animais e utilitários modelados pelas mãos dela em cores e texturas que instigam o observador a decodificar cada detalhe da cerâmica.
Continua depois da publicidade
Confira aqui galeria de fotos de Barbara e do ateliê em Pomerode
Continua depois da publicidade
Um trabalho que leva dias e exige paciência para tornar a argila em obra da arte. Cada parte é feita individualmente, montada, queimada, esmaltada e queimada novamente. Um processo longo que faz cada peça tornar-se sinônimo de exclusividade. A perfeição é apenas um dos requisitos das obras que a artista faz. Para chegar a esse ponto, ela confessa que evita ficar longe da produção:
– Sinto necessidade de fazer cerâmica. Gostaria de ficar todos os dias aqui criando e produzindo obras no ateliê.
Barbara nasceu na Alemanha e aos 26 anos se mudou para Pomerode com o marido e fundador da empresa Netzsch do Brasil, Gerhard Weiser. Em contato com artistas locais ela descobriu a argila e começou a fazer as primeiras peças. Viajava a São Paulo para participar de workshops com artistas americanos e europeus para aprender novas técnicas de escultura. O restante aprendeu sozinha.
Continua depois da publicidade
– Muito do que eu sei aprendi nos livros, estudando. Sou autodidata e faço pesquisas até hoje para me inspirar – comenta Barbara.
Depois que o passatempo virou profissão, começou a produzir para vender e a ensinar amigos a modelar argila. Para ela, a maior dificuldade é cobrar pela obra de arte:
– Sempre consegui vender o que estava fazendo. Cerâmica é um processo demorado, com muitos custos, e as pessoas não sabem o significado do trabalho de um ceramista.
Continua depois da publicidade
Atualmente, Barbara divide a vida entre a casa na Alemanha e a no Brasil. Dedica o tempo livre não mais para fazer peças para vender, mas para deixar um legado para Pomerode. No Centro Educacional Infantil Nossa Senhora de Fátima a artista fez mosaicos e uma estátua para inserir as crianças no mundo da arte. No Centro de Convivência Pommerheim deu aos idosos cores e formas em uma parede feita com azulejos de cerâmica.
Enquanto está na cidade, investe em projetos para repassar o que aprendeu com as artistas locais, cuida dos cachorros Buddy e Joschi, anda a cavalo e aproveita a natureza, que é a sua maior paixão.
Conhecendo Barbara
– Um livro de cabeceira: literatura cristã. Tenho lido obras de C. S. Lewis e Philip Yancey.
– Filme preferido: O Piano, drama escrito e dirigido pela neozelandesa Jane Campion.
– Destino de viagem: em meio à natureza.
– Comida predileta: qualquer prato de massas.
– Artista que te inspira: no momento, estou gostando muito da escultora e pintora francesa Niki de Saint Phalle. No Brasil, gosto do escultor Francisco Brennand, do Recife.
Continua depois da publicidade
– Música para ouvir: todas as canções dos Beatles e música clássica para fazer arte.