Quando transmitir o cargo ao governador eleito Jorginho Mello (PL), no dia 1º de janeiro de 2023, o atual governo de Carlos Moisés (Republicanos) chegará ao ato final de uma gestão que por duas vezes esteve perto de ser abreviada. Alçado do anonimato para a cadeira mais importante do Estado, Moisés atravessou — e às vezes protagonizou — um período de montanha-russa na política catarinense. Relações de idas e vindas com deputados, gestão da pandemia, a crise dos respiradores, arrecadação recorde, controvérsias com Bolsonaro, recursos para municípios, tentativas de cassação.

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Moisés foi o único governador da história de SC a sofrer dois processos de impeachment. Nos dois, foi afastado temporariamente por cerca de 30 dias, períodos em que coube à vice Daniela Reinehr (PL) comandar o governo. As duas tentativas de impedir o governador que se despede do cargo nesta semana não triunfaram, mas são cercadas de bastidores e curiosidades.

É o caso de um ‘cativeiro’ que abrigou deputados antes de um dos tribunais de julgamento que poderia afastar Moisés em definitivo. Ou do voto surpresa do sargento que mudou o rumo do processo contra o governador-coronel. Nos dias de indefinição, até uma cartomante servia de oráculo para aliados ansiosos por descobrir o desfecho da possível cassação. Casos que entram para a história da política catarinense junto com o ineditismo das ações de impeachment. Confira abaixo alguns desses episódios.

Impeachment em três atos: A Cartomante

Às vésperas do primeiro impeachment, quando todo o cenário apontava para o afastamento de Moisés, aliados do governador participaram de uma sessão com uma cartomante. Ela fez uma previsão sobre o desfecho do processo e surpreendeu alguns dos participantes.

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Leia mais sobre o Impeachment em três atos: Cartomante foi ouvida por aliados e fez previsão sobre Moisés

Impeachment em três atos: O Sargento

Colegas da carreira militar e aliados na eleição de 2018, o deputado Sargento Lima e o coronel Carlos Moisés viveram um distanciamento no decorrer dos últimos quatro anos. No primeiro impeachment, os bastidores que cercavam Lima resultaram em um papel decisivo do PM da reserva no futuro político de SC.

Leia mais sobre o Impeachment em três atos: Sargento foi personagem central em julgamento de Moisés

Impeachment em três atos: O Cativeiro

Em um processo julgado já em um momento de proximidade entre Moisés e os deputados, um grupo de parlamentares decidiu se blindar de possíveis pressões externas para mudar de voto no julgamento definitivo contra o governador. Assim surgiu a ideia do ‘cativeiro’, que teve programação variada às vésperas da última votação do impeachment em SC.

Leia mais sobre o Impeachment em três atos: ‘Cativeiro’ abrigou deputados com música às vésperas de votação

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