Com informações de várias partes do mundo, a Polícia Federal (PF) afirma que está obtendo êxito na caçada aos pedófilos em Santa Catarina. Foram nove operações este ano e sete prisões. Três alvos continuam presos.
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O homem de 33 anos capturado em Florianópolis, na terça-feira, terá de pagar fiança de R$ 15 mil para responder em liberdade.
Ele baixou 20 mil arquivos de conteúdo com pornografia infantil. Levava uma vida isolada, com pouco convívio social, diferente aos demais integrantes da família, segundo a PF. Por isso, os federais batizaram a investigação de Operação Ovelha Negra.
O comportamento dele destoa dos demais presos do ano, diz o delegado Giuseppe Borsato Cavagnari. O policial se refere a uma espécie de vida secreta levada pelos demais investigados, ou seja, tinham emprego, profissão definida e em paralelo agiam com o baixamento e compartilhamento de material de pedofilia.
– Em 100% dos casos eram homens. A maioria admite que consome esse tipo de material e nega abusos reais. Estão conectados com redes mundiais de pedofilia, a todo momento camuflam e tentam meios de se proteger para não serem identificados – ilustra o delegado.
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Prisões na Grande Florianópolis e Videira
As prisões foram na Grande Florianópolis e em Videira, no Meio-Oeste. Em um dos casos investigados pela PF não houve a configuração de crime. Em outro, os tramites ficaram com a Polícia Civil. Das prisões, em uma delas os policiais suspeitam de indícios de abuso real.
Policiais afirmam que possuem melhores meios de tecnologia hoje em dia para as apurações. Isso não significa apenas uma modalidade para a descoberta e rastreamento dos computadores. Há integração com outras polícias internacionais, dos Estados, além da investigação de campo a partir de endereços e denúncias.
Juízes receberam treinamento
Em Santa Catarina, ainda não há uma delegacia específica de crimes cibernéticos da PF – existem nos maiores Estados. A equipe atual integra a Delegacia de Defesa Institucional e cuida também de casos como os eleitorais e do consumidor.
Nos tribunais, o assunto tem alcançado juízes. No mês passado, um grupo de magistrados recebeu curso sobre novas ferramentas na área como forma de aprimorar as ações penais e os julgamentos.
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Navegação em “submundos” da internet
Pedófilos navegam nos chamados submundos da internet para baixar e transmitir arquivos de pornografia infantil. Ou seja, usam programas para fazer conexões e não passar por servidores usuais em uma tentativa de escapar da rastreabilidade.
Só que não tem dado certo. A polícia garante ter meios tecnológicos para chegar aos criminosos. A Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, em Florianópolis, tem uma divisão de crimes cibernéticos e há cerca de um ano recebeu investimentos.
– Em razão das grandes demandas essa nova divisão recebeu equipamentos e treinamento, incluindo o de proteção e segurança às crianças na internet – afirma o delegado Luiz Felipe Rosado.
Denuncie:
Disque 100 ou 181
As penalidades:
Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
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Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa
Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Fonte: Estatuto da Criança e do Adolescente