Receber um diagnóstico de câncer causa impacto em diversos aspectos da vida de um paciente: há mudanças na rotina, na alimentação e, claro, no psicológico. No caso das mulheres, a vida pode mudar drasticamente com todos os estigmas que acompanham a doença, a rejeição por parte dos companheiros e os impactos físicos e estéticos do tratamento. Tudo isso faz com que seja necessário prestar atenção também na saúde mental, com atendimento e acompanhamento especializado.

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Os dados mostram uma realidade dura: com a chegada do diagnóstico, as pacientes ficam mentalmente sobrecarregadas, e estudos mostram que há prevalência de sintomas de transtorno de ansiedade, estresse pós-traumático e depressão. Em média, de acordo com a Comissão de Estudos e Pesquisa da Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), uma a cada quatro pacientes com câncer de mama está mais vulnerável a desenvolver um quadro de depressão.

Além disso, a Sociedade Brasileira de Mastologia aponta que cerca de 70% das mulheres diagnosticadas com câncer precisam lidar com a rejeição de seus parceiros durante o período de tratamento, precisando passar por esse momento sozinhas e ainda processando o fim de um relacionamento. Conforme um estudo conduzido pelas universidades de Stanford e Utah, nos Estados Unidos, a taxa de divórcio entre as mulheres com câncer é de 20%, enquanto a de homens é de apenas 3%.

Todos esses fatores reforçam a necessidade de que seja feito, concomitantemente ao tratamento do câncer, o acompanhamento psicológico. Questões como idade, momento de vida em que a doença foi detectada, anseios e medos de cada uma das pacientes também são essenciais para que a conduta do profissional psicólogo seja direcionada.

Apoio familiar

Assim como o acompanhamento terapêutico profissional, o envolvimento dos familiares também é importante para que a mulher em processo de tratamento receba o suporte necessário. Ter a família inserida em toda a jornada contribui tanto para a aceitação da realidade da doença quanto para a reabilitação e melhoria da qualidade de vida.

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Contar com essa rede de apoio é uma das formas de fortalecer a saúde mental, pois mulheres com câncer, muitas vezes, apresentam comportamentos como isolamento, baixa autoestima, apatia, desânimo, baixa libido e irritabilidade – sintomas muito próximos de um quadro de depressão, que pode se desenvolver como um dos impactos emocionais e psíquicos do diagnóstico. Por isso, buscar maneiras de cuidar da saúde mental é também um meio de seguir na luta contra o câncer de maneira mais positiva e esperançosa.

Psico-oncologia

Especializada em pacientes com câncer, a psicologia oncológica, ou psico-oncologia, é uma especialidade que tem como objetivo oferecer suporte às pacientes, à família de pessoas com câncer e também para as equipes médicas que atuam nessa área. Visando o bem-estar emocional do paciente, o profissional da psico-oncologia contribui para a qualidade de vida em todos os estágios do tratamento.

A dinâmica do processo terapêutico focado no tratamento de câncer passa pela compreensão do processo de adoecimento, quais são as possibilidades de cura, o que o câncer pode causar e também esclarecimento sobre possíveis hospitalizações. Como cada paciente tem uma forma individual de enfrentar a doença, o psico-oncologista deve considerar aspectos sociais, familiares, religiosos e emocionais em sua estratégia terapêutica.

Envolvendo familiares, cuidadores e equipe médica, o acompanhamento psicológico ajuda a fortalecer a tríade paciente-família-equipe de saúde. Dessa forma, o psicólogo pode ajudar também as pessoas ao redor do paciente a desestigmatizar o câncer e compreender melhor o processo de tratamento. Para as pacientes com câncer de mama, esse apoio é indispensável em todas as fases, do diagnóstico à remissão.

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