A cantora Maria Rita aterrissa no palco do Teatro Ademir Rosa (CIC) neste sábado, 15, em Florianópolis com o espetáculo Maria Rita Voz + 2. Na sexta-feira, dia 14, passou por Joinville. Ela conversou com a reportagem por uma troca de mensagens de áudio no WhatsApp e falou do ritmo intenso que vive ao completar 20 anos de carreira.
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O espetáculo que apresenta na capital catarinense foi criado na sala de casa, durante a pandemia, e os músicos que a acompanham – Leandro Pereira e Jorge Quininho – são amigos com os quais promete se divertir muito no palco em um show que também tem uma pegada sentimental.
– É íntimo e intimista – conceitua ela.
Maria Rita é filha da cantora Elis Regina. Na lista de perguntas enviadas pela reportagem ela “pulou” as que questionavam a preferência musical no repertório da mãe. Ao citar músicas que se assemelham com a realidade atual do Brasil, citou o sucesso de Elis “O bêbado e o equilibrista”.
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No setlist, estão garantidas “Tá perdoado”, “Maltratar não é direito”, “Num corpo só”, “Cara Valente” e a emocionante “Romaria”. Confira a entrevista:
Diante do momento de polarizações que vivemos, como a música pode ser voz para as necessidades das pessoas?
Acho que só um plano de governo decente. O que a arte faz é dar colo. A função do artista é traduzir sentimentos, na minha humilde opinião, é provocar. É um outro colo que a arte tem capacidade de dar e que é fundamental. O mundo sem arte, sem cultura, é um lugar sem memória. O artista é muito o reflexo dos momentos históricos. Não só música, mas filmes, peças de teatro, livros.
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Quando se lê um livro é importante entender qual o contexto social daquele momento. A minha opinião é que uma coisa não está dissociada da outra. Essa é a função do artista: servir de colo, dar voz aos angustiados, traduzir sensações e sentimentos. Mas as necessidades das pessoas não são conosco, não (risos).
Que músicas você lembra de ouvir em casa durante a vida? Qual música tem mais memória afetiva para você?
Essa pergunta é mais difícil do que pode parecer. Como irmã mais novinha, pequenininha, diante de irmãos mais velhos, grandões, difícil. Eu não tinha muita autonomia para ouvir música (risos). Mas crescemos ouvindo Michael Jackson, George Michael, muita música black. Mas para mim, na minha experiência, lá pelos 10 ou 11 anos de idade, lembro de ouvir “Bola de meia bola de gude”, do Milton Nascimento, pela primeira vez e entender que música é mensagem.
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Aquilo bateu em mim de uma forma tão profunda que nunca mais esqueci a letra e a voz do Milton. Bom, o Milton permeia a minha vida desde que nasci, desde antes de eu nascer. Isso só já é um capítulo à parte. Mas essa música para mim teve um impacto muito grande. Acho que foi com aquela música que entendi a força do compositor, da melodia, da poesia.
Você queria cursar Jornalismo, mas acabou na música. O que a fez mudar de ideia?
Quis fazer Jornalismo porque quando saí do Brasil aos 16 anos estava fazendo um estágio na revista Capricho e aquele universo me encantou pelo fato de levar informações para as pessoas. Saí do Brasil com o sonho de ao voltar fundar uma revista de música para adolescente e uma revista de política para adolescentes.
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Prestei (vestibular) para Jornalismo e a minha escola de preferência em Manhattan não tinha espaço, me colocou em Comunicações Sociais – que é bastante abrangente – e isso acabou me colocando de volta em contato de volta com a música. A música sempre esteve na minha vida.
Mas eu não queria ofender ou insultar a música e sair cantando só porque as pessoas diziam que eu era uma boa cantora. Para mim tinha que ter um motivo maior, mais profundo. E só fui entender isso lá pelos 24 anos. Foi um processo bastante solitário, confuso, sombrio. Acabei tendo que entender muitas coisas ao meu respeito, a respeito do entorno, de público. Eu não tinha ideia. E a partir do momento que uma semente foi plantada na adolescência é que foi crescendo, vagarosamente.
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Dez anos depois é que vim entender o rolê, é que vi que nada mais importava para mim. Sinais que a vida foi me dando, que foram deixando claro – no melhor sentido da palavra – “deixa ela”. O tempo é único de cada pessoa, de cada experiência. O tempo é rei, já disse Gilberto Gil.
Você tem um álbum chamado Maria Rita. Hoje, quem é Maria Rita?
Sou mãe, com todas as dores e delícias de ser mãe em 2022 no Brasil. Sou produtora, não reconhecida, então adoro que ainda tenho esse desafio para viver na vida. Sou cantora, sou intérprete, sou compositora recém-descoberta – o que também é maravilhoso que ainda tenho esse monte de coisas para descobrir na vida. Sou uma mulher que não vive um conto de fadas.
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Sou uma artista que vive um dia por dia, a cada dia, nas batalhas, nos sonhos. Sou uma estudante da vida, da ancestralidade, de línguas, do candomblé, do crochê, de bordado. Sou teimosa. A vida tenta me derrubar e teimo em seguir em frente.
O que o público pode esperar do teu show em SC?
O “Maria Rita Voz + 2” é um show que migrou de voz e piano, migrou do Samba da Maria, que nasceu durante a pandemia de uma necessidade de atender público, de cantar numa pandemia que pegou todo mundo no susto. É divertido porque os dois músicos que me acompanham – o Leandro Pereira no violão e o Jorge Quininho na percussão – são muito amigos, muito queridos, então nos divertimos muito no palco.
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Ao mesmo tempo é um chão profundo, que exploro algumas canções que não estão no repertório tradicional. Canções que me permitem colocar a intérprete para jogo. É um show onde falo muito (risos) e um show muito intimista. É íntimo e intimista. Ele literalmente nasceu na sala da minha casa e acabo levando isso para o palco.
O que vem pela frente na carreira?
Estou num momento da carreira que é bem potente, nem estou entendendo o que estou fazendo, as consequências das coisas que faço, as reações, a receptividade. Estou num momento que emenda lançamento do LP, de clipe, com show no Rock in Rio, com gravação do DVD. Estamos só subindo aí, o foguete já saiu (risos). Estou indo aonde a missão me leva. Neste final de semana fiz a captação do Samba da Maria que sai em breve, já para o verão.
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Logo vem o Carnaval, tem bloco da Maria, que estou planejando há anos e a pandemia deu aquela derrubada “suave” nos planos todos. Esse ano faço 20 anos de carreira na estrada, depois 20 anos de estreia fonográfica então acho que ano que vem devo trabalhar tanto quanto esse ano. Espero que não venha mais nenhum tipo de pandemia para derrubar meus planos.
Serviço:
Show “Maria Rita Voz + 2”
Quando: Sábado, dia 15, às 21h
Onde: Teatro Ademir Rosa (CIC) – Endereço: Avenida Governador Irineu Bornhausen, 5600, Agronômica, em Florianópolis
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Classificação: Livre
Ingressos: No site Disk Ingressos. Sócios do Clube NSC têm desconto na compra do ingresso, pelo site do Clube NSC.
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