* Lucas Gnigler, especial para o Diário Catarinense
Fui até uma área tradicional de Dubai onde fica o souk (feira, mercado) do ouro. As joias são vendidas por peso – e o preço da joia é o seu peso multiplicado pela cotação do ouro no dia.
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Mas vou falar sobre outras partes do comércio local, outros souks. Uma mistura de aromas e sabores que impressionam até os mais sensorialmente indiferentes. Tudo é novo para o olfato e você entende na hora que está bem longe de casa.
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Quero relatar aqui a experiência de compra. Uma amiga minha que mora em Dubai alertou: prepare-se para ser abordado por uma multidão de vendedores. Não deu outra: desci do metrô, atravessei a ponte da amizade e me senti no nosso Paraguai, em Ciudad del Leste.
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Não existe etiqueta de preço no souk. O vendedor vai perceber que você é turista e chutar um número. E, então, começa a diversão. Falo em diversão porque, diferente do Paraguai, as negociações (pelo menos todas as minhas) ocorreram em um clima alegre, de brincadeiras e exageros constantes.
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Um exemplo: eu coleciono pedras, e eu gostei de uma chamada “tiger eye”. O vendedor olhou para este turista e pediu 85 dirhams, em torno de R$ 130. Eu falei que era um absurdo. Ele baixou para R$ 70. Eu falei que no Brasil eu encontro pedras nos rios com o meu sobrinho. Baixou a R$ 50. Eu agradeci e disse que não iria comprar. Ele pediu quanto eu queria pagar. Eu falei R$ 20. Ele disse que não seria possível.
Eu dei tchau (tudo isso de forma muito amistosa). Ele foi comigo até a porta, mas me trouxe de volta. E eu comprei a pedra por R$ 20. É o mesmo preço que você vai pagar por uma pedra bonita na feirinha da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, mas com menos poder de barganha.
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Mas não é apenas a negociação. No nível empresarial também senti em Dubai um espírito semelhante, o qual eu venho tentando colocar em palavras. É como se apresentar, vender e comprar fosse algo nosso, instintivo, natural – mas que pode estar escondido, adormecido. Talvez você escondeu, usando a desculpa de que não leva jeito para vendedor. Ou talvez seja trauma de uma experiência antiga no Paraguai. Quem sabe uma imersão num souk da vida pode ajudar.
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No próximo texto falo mais sobre fome, olhando para a influência do ambiente de negócios.
* Lucas Gnigler é sócio da 8R Negócios.
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