A greve dos bancários em Joinville já é considerada pelos integrantes da categoria como um dos movimentos que mais obtiveram a adesão de trabalhadores na cidade. Em relação ao tempo de paralisação, a greve chega nesta quinta-feira a 31 dias e já é a maior desde 2003.

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– Somos 1,4 mil bancários e cerca de 900 aderiram ao movimento. A greve cresceu nos últimos dias, com a adesão de gerentes, que tradicionalmente não fazem parte da paralisação – disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Joinville, Valdemar Bruno da Luz Filho. Logo nas primeiras semanas, o movimento atingiu cerca de 80% das agências, principalmente dos bancos particulares da cidade.

Nos últimos dias, agências da Caixa e do Banco do Brasil reforçaram o movimento novamente. A paralisação tem causado problemas para quem precisa fazer operações bancárias. Algumas situações não podem ser resolvidas em canais de autoatendimento e outros recursos alternativos. Na tarde desta quarta-feira, o aposentado Hélio Pottmaier esperou por cerca de meia hora numa fila para receber o atendimento.

Ele precisava fazer uma transação que só podia ser feita no caixa e, por isso, não tinha a opção de usar o caixa eletrônico.

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A decisão tomada ontem à tarde em São Paulo, entre os representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), não deve alterar a situação em Joinville hoje. Segundo o presidente do sindicato, a greve continua e baterá o recorde histórico dos movimentos na cidade.

– Todas as decisões precisam ser tomadas em assembleia, e, nós, do Sindicato dos Bancários, podemos fazer uma assembleia ainda na noite desta quinta, se for o caso – disse, ao lado da funcionária do sindicato Ana Paula de Souza Anjos, que está ajudando na coordenação do movimento.

Até a tarde desta quarta-feira, os bancos e os bancários não conseguiriam chegar a um acordo sobre o dissídio da categoria. Os bancários pedem a reposição da inflação do período mais 5% de aumento real (totalizando 14,78% de reajuste), valorização do piso salarial – no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) e PLR de três salários mais R$ 8.317,90.

Antes do início da greve, no dia 29 de agosto, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) propôs reajuste de 6,5%. Duas novas propostas foram apresentadas depois do início da paralisação, nos dias 9 e 28 de setembro, de reajuste de 7%. Todas foram rejeitadas pelos bancários, que decidiram manter a greve por tempo indeterminado. No final da tarde de ontem, em nova rodada de negociação, foi apresentada uma nova proposta para a categoria: 8% de reajuste, abono de R$ 3.500, 10% de reajuste no vale-alimentação e no auxílio-creche e 15% de aumento na cesta-alimentação. Até o fechamento desta edição, a rodada de negociações não havia finalizado.

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