Com o debate sobre a incorporação de Cuba em ponto morto e as dúvidas recorrentes sobre o estado de saúde de Hugo Chávez, a Cúpula das Américas começa hoje sem um projeto de consenso entre as nações participantes.

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O evento, que vai até domingo, foi antecedido por um debate entre ministros das Relações Exteriores, alguns dos quais anunciaram ontem que não entregariam a seus presidentes um documento final. Os representantes de Venezuela, Argentina e Uruguai disseram que o veto dos EUA e do Canadá fez cair por terra a possibilidade de uma declaração conjunta.

Outro impedimento para se chegar ao consenso deve ser o debate sobre a insistência argentina pela soberania das ilhas Malvinas – atualmente um território ultramarino britânico. Embora boa parte dos países americanos apoiem as pretensões de Buenos Aires, dificilmente os países da América do Norte aprovariam a resolução de apoio.

Como neste tipo de encontro diplomático todos os parágrafos da declaração final são negociados para que, finalmente, se adote um consenso entre todos os países (34 no caso da Cúpula das Américas), o veto de apenas uma nação pode impedir um acordo geral.

Dos participantes, apenas dois presidentes não estão representando seus países: Rafael Correa, do Equador, que desistiu de participar em solidariedade a Cuba; e Chávez, da Venezuela, que está tratando de seu câncer em Havana, embora ainda seja esperado no encontro.

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O presidente americano, Barack Obama, chegou ontem em Cartagena com uma fala pronta direcionada a seus demais colegas do evento: Cuba continua sendo um “Estado antidemocrático e autoritário”, o que impediria o país de participar do encontro.