A internet 5G estreou em Florianópolis, nesta segunda-feira (22), ainda com instabilidade e variações do sinal até mesmo entre pontos a poucos metros de distância, em uma mesma avenida no Centro. A ativação da quinta geração da internet também foi acompanhada pelo desconhecimento de usuários. “Já está tendo 5G aqui?”, questionou o vendedor de uma loja de smartphones ao ser abordado pelo Hora.

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A reportagem circulou pelo Centro e pela região continental de Florianópolis entre o fim da manhã e o início da tarde à procura da novidade. Em frente ao Mercado Público, o smartphone utilizado para os testes só identificou um instável sinal de 4G, com uma taxa de download que penava para chegar a 20 Mbps.

A 400 metros dali, ainda na avenida Paulo Lopes e já em frente à rodoviária, o aparelho conseguiu fazer uso do 5G e alcançou velocidade de incríveis 780 Mbps, conforme indicou um aplicativo gratuito de medição da internet usado pela reportagem.

Antes disso, no entanto, a caçada pelo 5G teve início em frente à Catedral Metropolitana de Florianópolis, onde não surgiu sinal algum. Na Praça XV de Novembro e na Rua Felipe Schmidt, a tentativa de usar o 5G também acabou frustrada.

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Já dentro de uma loja de smartphones na Rua Jerônimo Coelho, o smartphone conseguiu obter, no máximo, o sinal do 3G. Ainda assim, o 5G tem tido apelo de clientes que chegam ao local, segundo conta um funcionário.

— Quem vem fazer troca de aparelho tem levado em conta o 5G na escolha, sim — diz Tiago Vinicius, à reportagem. Ele afirma ter no estabelecimento aparelhos compatíveis com a nova tecnologia com preços que variam de R$ 1.899 a R$ 8.999.

Frustrada com a tentativa na Ilha de Santa Catarina, a reportagem foi então à parte continental de Florianópolis buscar o 5G. No Parque de Coqueiros pôde identificar pela primeira vez o sinal, com oferta estável de internet com altíssima velocidade.

Na volta à ilha, a reportagem também conseguiu fazer uso da quinta geração da internet em frente ao terminal rodoviário. Nos arredores dali, no entanto, como no Ticen e em parte da Avenida Beira-Mar Norte, o sinal não quis dar as caras.

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Em frente ao Terminal Cidade de Florianópolis, o celular chegou a acusar um sinal de 5G, mas a velocidade de download da internet ficava na faixa dos 40 Mbps. Na ocasião, o smartphone pode ter reconhecido, na verdade, um 5G DSS, já disponível antes da ativação da nova tecnologia nesta segunda.

Esse sinal anterior se trata de uma conexão 5G operada na mesma faixa de frequência do 4G. Ele não consegue entregar, portanto, os mesmos resultados do chamado “5G puro”, que foi ativado só agora e oferece uma taxa de download acima de 100 Mbps.

A reportagem fez seus testes com um chip da Tim. As operadoras Vivo e Claro também oferecem o serviço em Florianópolis, assim como em outras capitais do país com sinal já ativo.

Coordenador do grupo de trabalho do 5G da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Fernando Gomes diz que já era esperada alguma instabilidade nestes primeiros dias da tecnologia na capital.

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À reportagem, ele afirmou que ainda não havia sido revelado pelas operadoras onde vai haver melhor sinal — ao menos a Claro comunicou que iniciará a ativação pelo Centro e a Beira-Mar, expandido gradualmente o serviço para outras partes da cidade.

Na avaliação dele, no entanto, o sinal deve ter melhor entrega nas regiões de maior presença da população, caso do Centro. Locais de Florianópolis que já enfrentavam problemas de conexão com gerações anteriores de internet, como o Sul da ilha, não devem ter necessariamente melhora alavancada pela ativação do 5G.

Gomes explica ainda que o melhor da nova tecnologia não deve ser sentido no uso diário de smartphone. Para esse usuário, haverá uma melhora na velocidade e na densidade da internet — o 5G comporta o uso por mais pessoas em menores espaços. O salto real deve aparecer no mercado produtivo.

— Não é uma tecnologia voltada exatamente para o smartphone. Apenas a banda vai mudar, vai ter maior velocidade no caso dele. Nós vamos sentir o impacto real de forma indireta, com a indústria 4.0, que vai poder otimizar a produção e seus processos, se tornar mais competitiva. No campo também isso pode ocorrer. Mas isso depende do desenvolvimento de aplicações que possam fazer o melhor uso do 5G — diz Gomes.

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