A chegada da quinta geração de internet móvel, programada para 2022, é muito esperada no Brasil, já que promete ser uma revolução em termos de conexão. Em Santa Catarina, Florianópolis e Jaraguá do Sul já estão prontas para receber a instalação, e outras cidades também estão com projetos avançados. Entenda mais sobre a tecnologia e o que ainda falta para 5G se tornar uma realidade no Estado.  

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A cada nova geração de internet móvel, a conexão fica mais rápida, o que também ocorre com o 5G. Para se ter uma ideia, baixar um filme em HD com duração de uma hora usando a navegação do 4G pode levar até 6 horas. Já com o 5G, esse processo pode ser feito em segundos.

Em uma ligação de vídeo, por exemplo, o tempo que a pessoa escuta e vê você do outro lado da tela é bem menor. No 4G quando a latência é boa, varia entre 50 e 70 milissegundos. No 5G, pode ficar entre 1 e 5 milissegundos.  

Além do aumento de velocidade, a internet tem uma baixa latência. Ou seja, diminuiu muito o tempo de resposta entre os dispositivos e antenas.  

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Com isso, os carros que dirigem sozinhos podem ser bem mais viáveis, já que diminui o tempo de resposta e possibilita que acidentes sejam mais facilmente evitados. O mesmo acontece em cirurgias remotas. Quando o tempo de resposta é mínimo, o procedimento passa a ser mais seguro.  

Outra característica importante do 5G, é que ele permite a conectividade de diversos equipamentos ao mesmo tempo em uma mesma rede sem perder a qualidade, tornando as cidades cada vez mais conectadas. 

Utilizada em mais de 30 países, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Suécia, Japão e China, a tecnologia tem impacto tanto na vida das pessoas quanto na economia, com papel fundamental na Indústria 4.0 — mais tecnológica e produtiva. 

 Papel do 5G na Indústria 

A tecnologia 5G vem para otimizar processos e aumentar a produtividade da chamada indústria 4.0. Segundo Elço João dos Santos Junior, pesquisador do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados e especialista da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, a conectividade é uma parte importante da indústria. 

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Com o 5G, é possível conectar toda uma cadeia para aumentar a produtividade. Desde as máquinas na linha de produção, transporte, recebimento e utilização do produto pelo consumidor final. 

O especialista explica que as tecnologias de redes de celulares, desde o 2G, sempre surgiram com o objetivo de aumentar a taxa de dados entregues, com isso é possível ter acesso a serviços como streaming e reuniões por vídeo. Além desse aumento da taxa de dados, o 5G tem uma quebra de paradigma. Ele oferece outros tipos de serviços, dentro de uma mesma infraestrutura de rede.  

— Por exemplo, temos comunicações entre máquinas, internet das coisas, e também a comunicação de baixa latência e alta confiabilidade. Isso é muito importante para a indústria. Nós temos processos que exigem respostas rápidas, na ordem de milissegundos e a latência do 5G atende a esse requisito. A gente também necessita de alta confiabilidade — explica.

O especialista cita como exemplo um braço robótico que opera de forma autônoma: 

— Ele tem que estar conectado o tempo todo, para que a gente não tenha uma parada na produção, que gera perdas — complementa.

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Entenda a lei para instalação do 5G 

O investimento para instalar o sistema de 5G é grande, já que a tecnologia exige um número de antenas até 10 vezes maior do que o que existe no país hoje. Isso porque há um aumento do volume de dados que será transmitido com o passar do tempo. 

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) determina que as capitais brasileiras precisam oferecer, no mínimo, uma antena para cada 100 mil habitantes. 

Para que isso seja possível, os municípios precisam adequar a Lei Geral de Antenas (13.116/2015), permitindo a instalação de mais antenas no espaço público. A lei que precisa ser aprovada, envolve questões de licenciamento urbanístico e ambiental e investimentos do setor. Somente após criação desta legislação, estarão aptos para receber a tecnologia. 

Um projeto que segue modelo sugerido pela Anatel foi apresentado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), servindo de exemplo para ser adotado em cada cidade. A Alesc encaminhou a todos os 295 municípios catarinenses o modelo padrão de lei para aprovação nas Câmaras Municipais. 

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Primeiras cidades de SC que vão receber o 5G 

Conforme a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Santa Catarina, dois municípios já aprovaram a lei: Florianópolis e Jaraguá do Sul. A cidade do Norte catarinense será a primeira do estado a integrar a rede nacional de 5G.  

O município está entre as cinco primeiras cidades do país que irão receber o sinal por integrar o projeto Conecta 5G, lançado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pelo Ministério das Comunicações, que vai levar a tecnologia aos por meio de luminárias inteligentes. 

Além de Jaraguá do Sul, ​​Ceará-Mirim (RN), Petrolina (PE), Araguaína (TO) e Curitiba (PR) participam do projeto. 

Florianópolis já aprovou a lei no final de 2021. Segundo a prefeitura da Capital, a tecnologia deve estar disponível para a população até 31 de julho deste ano conforme previsto no edital da Anatel. Em novembro de 2021, a empresa Unifique foi a vencedora do leilão 5G. A empresa, junto com a Copel, formam o Consórcio 5G da região Sul do Brasil (PR, SC, RS).  

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Além de Florianópolis e Jaraguá do Sul, o município de Tubarão também já aprovou a lei, e algumas cidades catarinenses estão com o projeto encaminhado, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, como São José, Chapecó, Blumenau, Campos Novos, Criciúma, Joinville e Brusque. 

Em São José, o projeto de lei já foi encaminhado à Câmara de Vereadores em novembro de 2021. Agora o município está focado em adequar o projeto seguindo as orientações da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), após uma reunião com representantes da entidade. 

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, Marcelo Fett, a expectativa é que a tecnologia 5G esteja em funcionamento no município até o final deste ano.  

— O importante é aprovar a legislação o mais rápido possível para que tenhamos a tecnologia disponível em breve para melhorar a conectividade entre os cidadãos, as empresas e a economia de um modo geral — disse. 

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A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Santa Catarina explica que os municípios têm ações independentes na adequação da legislação, e o Governo do Estado acompanha as ações regionais, já que a tecnologia 5G vem não só para facilitar a vida das pessoas, como para dar um salto de desenvolvimento econômico. 

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5G no Brasil 

A implantação da tecnologia 5G nas capitais brasileiras está prevista para ocorrer até 31 de julho deste ano. Para os outros municípios, o prazo para regulamentar a lei das antenas e, desta forma, estarem aptos para a instalação vai até 2029.  

Doze capitais já estão totalmente prontas — tanto em infraestrutura quanto em legislação — para receber a quinta geração de internet móvel, segundo o Ministério das Comunicações:   

  • Florianópolis (SC) 
  • Porto Alegre (RS) 
  • Curitiba (PR) 
  • Rio de Janeiro (RJ) 
  • São Paulo (SP) 
  • Brasília (DF) 
  • Fortaleza (CE) 
  • Natal (RN) 
  • Palmas (TO) 
  • Vitória (ES) 
  • Aracaju (SE) 
  • Boa Vista (RR) 

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As empresas vencedoras do leilão serão responsáveis pela instalação em cada faixa que adquiriram, mas a responsabilidade de fiscalização e regulamentação das antenas que serão instaladas em todo o Brasil é da Anatel, que participará de todo o processo de transição da atual rede de antenas para o novo padrão.

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