Por meio de monitoramento aéreo, foi possível avistar 52 baleias-francas, uma baleia-de-bryde, dois grupos de golfinhos e seis pinípedes (lobos ou leões marinhos) na região entre Florianópolis e o município gaúcho de Torres (RS).
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Os animais marinhos foram avistados por dois biólogos e um oceanógrafo do Programa de monitoramento de cetáceos do Porto de Imbituba, durante o segundo sobrevoo da temporada no Litoral Sul do Brasil realizado nesta quinta-feira (27) — primeiro aconteceu em junho.
Das 52 baleias-franca, 51 estavam na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca localizada em território catarinense. A maior concentração pode ser vista em Garopaba e em Imbituba, no Litoral Sul do Estado, onde havia 12 e 19 baleias, respectivamente. No grupo, foi possível identificar 25 pares de fêmeas acompanhadas de seus filhotes e outras duas adultas.
Além delas, os visitantes eram formados também por dois grupos de golfinhos, seis penípedes — lobos ou leões marinhos — e uma baleia de bryde, uma espécie comum de se encontrar na costa brasileira, que pode chegar a medir 16 metros e pesar 40 toneladas.
— Todos os animais avistados são catalogados por meio de fotografia das calosidades que elas têm em cima da cabeça, que são únicas para cada animal, como se fosse uma digital — conta Gilberto Ougo, oceanógrafo da empresa Acquaplan, contratada para executar o serviço. O último sobrevoo da temporada está previsto para novembro.
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Número recorde foi visto em 2018
Ano passado, 273 baleias foram avistadas neste mesmo período. Em setembro de 2017, 49 baleias-francas foram vistas. Em novembro deve ser realizado o último sobrevoo da temporada.
— O número de baleias avistado neste sobrevoo está dentro do previsto para esta temporada em função do ‘boom’ reprodutivo constatado em 2018. Já sabemos que a disponibilidade de alimento na Antártida tem relação com a quantidade de baleias que vêm para o Brasil. Por isso temos observado estas flutuações no número de baleias, e até mesmo um aumento no intervalo reprodutivo da espécie, de 3 para 4 anos em alguns casos — avalia Karina Groch, diretora de pesquisa do Instituto Australis.
Entre julho e novembro, a espécie utiliza o litoral de Santa Catarina para acasalar, procriar e amamentar sua cria, o que torna a região a principal área de concentração reprodutiva de baleias-francas na costa brasileira.
O programa de monitoramento é realizado há 11 anos pelo Porto de Imbituba. Além do monitoramento aéreo, o programa conta também com a observação terrestre durante a temporada, nas praias da Ribanceira e do Porto, em Imbituba.
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