A preocupação com a sustentabilidade se faz presente em diversas áreas da vida, e na arquitetura não é diferente. Cada vez mais, as preocupações com o meio ambiente influenciam as escolhas de arquitetos durante a criação de projetos, o que resulta em tendências e discussões cada vez mais intensas a respeito das possibilidades de incorporar a sustentabilidade tanto na criação de novas construções quanto na revitalização de obras já existentes. Conheça cinco tendências que estão em alta em 2024 e que devem passar a ser vistas com mais frequência nas ruas de Santa Catarina e do mundo.
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1. A natureza cada vez mais próxima
O design biófilo, que traz elementos naturais para o ambiente construído, está ganhando força. O uso de materiais naturais já tem sido adotado fortemente em projetos de diferentes escalas, mas é provável que a escala de uso aumente e passemos a ver mais do que apenas revestimentos em pedra e forros de madeira.
A inclusão de mais áreas naturais dentro dos projetos, como em indoor gardens, o uso de paredes verdes, a adoção de elementos naturais do terreno dentro do espaço construído, como rochas e vegetação, são formas de aderir à essa tendência. Há também uma aproximação maior dos espaços internos e externos, com a suavização das divisas para incorporar a natureza de forma mais efetiva na área construída.
— Tudo isso visa melhorar o bem-estar das pessoas, reduzir o estresse e criar uma conexão mais forte com o mundo lá fora. É uma questão não só de aparência, mas de criar espaços que realmente melhorem nossa saúde e produtividade — explica o arquiteto Guilherme Vettoretti.
2. Economia circular em ação:
O conceito de economia circular, onde os materiais são reutilizados e o desperdício é reduzido, está influenciando como construímos. No mundo, os arquitetos estão buscando maneiras de projetar prédios que possam ser desmontados e seus componentes reutilizados em novos projetos. Além disso, o uso de materiais reciclados e recicláveis está se tornando mais comum.
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— A tendência ainda não é muito vista no Brasil, mas é fácil observá-la que, em países onde há escassez de matéria prima o reaproveitamento seja mais frequente. Países como Holanda e Dinamarca possuem ótimos exemplos dessa abordagem — afirma Vettoretti.
3. Um olhar para o futuro:
A sustentabilidade na arquitetura vai além de apenas reduzir o impacto ambiental, amparando-se também na ideia de criar parar durar. Do ponto de vista da durabilidade, os princípios da arquitetura regenerativa podem ser incorporados para estender a vida útil de um edifício e minimizar futuras substituições. Isso pode envolver o uso de materiais robustos e de longa duração que possam resistir às pressões ambientais. Além disso, projetar para manutenção e reparo facilitados pode reduzir significativamente a necessidade de intervenções intensivas em recursos no futuro.
— Uma construção durável reduz o impacto ambiental ao minimizar a necessidade de reconstrução ou reforma. Não há nada mais sustentável do que não precisar usar recursos — diz Vettoretti.
4. Otimização energética
Já é comum projetar para otimizar o uso de recursos como o vento e a posição solar, mas existem tecnologias que vão além, trazendo automação inteligente para os edifícios e levando a eficiência a um patamar superior. A adoção de tecnologia para ajustar o uso de energia de acordo com a ocupação do imóvel, a incorporação de sensores, análise de dados e sistemas de automação permite criar espaços que se adaptam de forma inteligente às condições ambientais, ao comportamento do usuário e às demandas de energia.
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— A tecnologia está permitindo criar ambientes com o melhor aproveitamento de recursos energéticos possíveis. A melhor forma de economizar recursos é não precisar usá-los, e a tecnologia vem permitindo isso — opina Guilherme Vettoretti.
5. Renovar para sustentar
Com o grande impacto ambiental da construção de novos prédios, está se tornando mais importante prolongar a vida útil dos edifícios existentes. Renovações que focam na eficiência energética, na conservação da água e no uso de materiais sustentáveis estão se tornando mais comuns. Isso não apenas reduz o impacto ambiental, mas também revitaliza estruturas e comunidades.
— Ao dar nova vida aos prédios existentes, podemos criar espaços sustentáveis enquanto preservamos nossa história e comunidades. Em Florianópolis, é possível ver vários exemplos disso, como o Armazém Rita Maria, o Largo da Alfândega, o Mercado Público — pontua o arquiteto.
Essas tendências mostram um crescente interesse em criar prédios que não apenas sejam sustentáveis, mas também melhorem a vida das pessoas e contribuam positivamente para o meio ambiente. Com o avanço da tecnologia e a urgência cada vez maior da sustentabilidade, podemos esperar ver ainda mais inovações na arquitetura sustentável nos próximos anos e a maior adoção de tendências internacionais no Brasil.
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