A implantação do 5G no Brasil, a nova geração de internet móvel, dá um passo importante nesta quinta-feira (4). A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realiza um leilão para distribuir as frequências para a introdução da tecnologia no país. Ao todo, 15 empresas e consórcios entregaram a documentação para participar do certame.

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As frequências que viabilizam o 5G serão leiloadas. Elas são como ‘avenidas’ por onde a internet móvel passa até chegar nos aparelhos. Os envelopes com as propostas e documentações foram entregues para a Anatel em 27 de outubro. Agora, o órgão lê as propostas. O processo pode levar até dois dias. 

A empresa que estiver com a documentação em dia e oferecer o maior valor na proposta leva a frequência e pode começar a trabalhar para a implantação do 5G ou extensão do 4G. Entre as grandes empresas que concorrem ao leilão estão a Tim, a Claro e a Telefônica (Vivo).

Depois do leilão, porém, o processo até o 5G começar a funcionar na prática leva tempo. O primeiro prazo para entrega da nova tecnologia é junho de 2022 nas capitais brasileiras, como Florianópolis. Gradativamente, a internet é implantada em cidades com mais habitantes, finalizando o processo em julho de 2029, com implantação em todos os municípios com mais de 30 mil pessoas.

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Segundo o g1, um dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, afirmou em setembro que a promessa de o 5G a todas as capitais do país até julho de 2022 é para “inglês ver”. O processo de implantação da tecnologia é complexo e pode levar mais tempo do que previsto pela Anatel. Além disso, só podem usar o 5G os celulares que tiverem essa tecnologia.

Para que o dispositivo utilize a nova geração da internet é preciso ter uma antena específica e compatível. O iPhone 12 e 13 e o Galaxy S21 estão entre os aparelhos que têm a tecnologia e são vendidos no Brasil. O valor desses dispositivos, porém, não é acessível para a população.

O que muda para mim com o 5G?

A nova geração de internet móvel é discutida há alguns anos no mundo. A expectativa é de que não haja apenas um aumento de velocidade, mas uma revolução na tecnologia mundial. Além da conexão ultrarrápida, a internet tem uma baixa latência. Ou seja, diminuiu em muito o tempo de resposta entre os dispositivos e antenas. 

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Isso altera uma ligação de vídeo, por exemplo, e faz com que o tempo que a pessoa escuta e vê você do outro lado da tela seja bem menor. No 4G quando a latência é boa, varia entre 50 e 70 milissegundos. No 5G, pode ficar entre 1 e 5 milissegundos.

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Isso faz com que carros que dirigem sozinho possam ser bem mais viáveis, já que diminui o tempo de resposta e possibilita que acidentes sejam mais facilmente evitados. O mesmo acontece em cirurgias remotas. Quando o tempo de resposta é mínimo, o procedimento passa a ser mais seguro. Além de que é possível ligar muitos objetos em uma mesma rede sem perder a qualidade. O 5G facilita a chamada “Indústria 4.0”.

O 5G tem algum problema?

O investimento para instalar o sistema de 5G é grande, isso porque a tecnologia exige muito mais antenas para entregar todo o potencial. Um mesmo celular pode se conectar a mais de uma antena, mas o alcance de cada aparelho é menor do que no 4G.

Esse fator dificulta e atrasa o processo de implantação já que as regras para instalação de antenas são definidas por cada município.

O 4G e o WI-FI vão acabar?

Os celulares atuais continuarão funcionando nas redes 4G, 3G e 2G. O 5G terá uma potência muito maior, mas só funcionará em aparelhos compatíveis. Às vezes a nova internet móvel será melhor do que o WI-FI, mas esse não deixará de existir e pode até melhorar depois da instalação das aparelhagens e fibra ótica nas cidades para o funciamento do 5G.

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Por que meu celular já tem 5G?

Algumas operadoras já oferecem planos com 5G e celulares mostram o “5G” em vez do “4G”. Porém esse ainda não é o 5G “puro”. É uma tecnologia que fica entre a quarta e a quinta geração e usa as mesas frequências do 4G, mas com uma velocidade maior. A tecnologia não oferece os benefícios da nova geração de internet móvel.

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Não vou mais poder usar antena parabólica depois que for instalado o 5G?

O sinal de antenas parabólicas usam a faixa de frequência 3,5 GHz, que será utilizada para a instalação do 5G. Isso não fará com que as antenas parabólicas sejam descartadas, mas o sistema precisará de ajustes.

A empresa que ganhar essa frequência no leilão precisará passar esse sinal das antenas para a banda Ku, uma outra faixa de frequência. Por isso, para que o sinal da TV aberta volte a funcionar, kits que permitam a recepção do sinal da banda Ku vão ser instalados na casa das pessoas que usam antena parabólica. Isso é de responsabilidade da empresa ganhadora.

O processo vai ser parecido com aquele que aconteceu quando houve a troca do sistema da TV analógica para a TV digital. 

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Quais frequências e quais empresas estão concorrendo ao leilão?

No leilão estão sendo ofertadas quatro frequências:

  • 700 MHz: Servirá para melhorar cobertura de 4G e, futuramente, distribuir 5G
  • 2,3 GHz: Servirá para melhorar cobertura de 4G e, futuramente, distribuir 5G
  • 3,5 GHz: 5G “puro” voltado para o consumidor final
  • 26 GHz: 5G “puro” voltado para a banda larga fixa

Quem ganhar o leilão terá que seguir uma série de exigências do governo federal. Como a frequência 3,5 GHz é a mais cobiçada, as regras são maiores.

Empresas concorrentes:

  • Algar Telecom
  • Brasil Digital Telecomunicações
  • Brisanet
  • Claro
  • Cloud2u (Greatek)
  • Consórcio 5G Sul (Copel Telecom e Unifique)
  • Fly Link
  • Mega Net (Iniciativa 5G, consórcio formado por mais de 400 provedores de pequeno e médio porte)
  • Neko Serviços de Comunicações (Surf Telecom)
  • NK 108 Empreendimentos (Highline)
  • Sercomtel
  • Telefônica (Vivo)
  • TIM
  • VDF Tecnologia da Informação (Datora)
  • Winity II (Fundo Pátria)

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Quais países já usam a tecnologia?

No mundo, a tecnologia já está presente em 65 países. Os países com mais cidades conectadas são a China, os Estados Unidos, as Filipinas e a Coreia do Sul.

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