A alteração da cor dos olhos é um sintoma que pode indicar diversos problemas de saúde. Quando a parte branca do olho (esclera) adquire uma coloração amarelada, por exemplo, recebe o nome de icterícia. Em geral, isso ocorre devido ao excesso de bilirrubina, substância produzida no fígado a partir da destruição de glóbulos vermelhos do sangue, armazenada na vesícula para ser eliminada nas fezes ou na urina.
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“Quando a bilirrubina não é processada corretamente e se acumula na corrente sanguínea, ela é depositada em tecidos como a pele e as mucosas, especialmente na região dos olhos, causando o seu amarelamento. Esse fenômeno é um sinal de que o fígado ou as vias biliares não estão funcionando adequadamente, resultando na dificuldade de eliminar a bilirrubina do corpo”, explica Roberto Launde Pimentel, oftalmologista e professor do curso de Medicina da Unime Lauro de Freitas.
A icterícia pode ser sinal de diversas doenças e a procura por um especialista deve ser urgente. Abaixo, confira algumas das suas causas:
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1. Doenças hepáticas
O fígado desempenha um papel crucial no processamento da bilirrubina. Quando ele está comprometido, como ocorre em condições como hepatite, cirrose ou câncer hepático, a substância não é eliminada corretamente, resultando em coloração amarelada da pele e dos olhos.
2. Doenças hematológicas
A icterícia também pode ser causada por doenças que afetam a produção de células sanguíneas, como anemias hemolíticas, nas quais os glóbulos vermelhos se quebram mais rapidamente do que o normal, liberando bilirrubina em excesso.
3. Problemas nas vias biliares
Condições que bloqueiam o fluxo da bile, como cálculos biliares ou câncer das vias biliares, também podem levar ao acúmulo de bilirrubina no sangue, resultando em icterícia.
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4. Síndrome de Gilbert
Trata-se de uma condição genética comum em que o fígado não consegue processar a bilirrubina problemática, causando episódios ocasionais de icterícia, que geralmente não são graves.
Diagnóstico e tratamento da icterícia
Embora a icterícia não seja uma doença, é um sinal importante de que algo não está funcionando corretamente no corpo, sendo fundamental a orientação médica, principalmente se o sintoma persistir ou for acompanhado de outros sinais, como dor abdominal, náuseas, febre ou fezes esbranquiçadas.
“O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, ultrassonografia abdominal ou outros testes específicos, dependendo da condição suspeita. O tratamento varia de acordo com a causa subjacente da icterícia e pode envolver desde medicamentos para controlar a infecção ou inflamação, até intervenções cirúrgicas em casos mais graves”, conclui o especialista.
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Por Nicholas Montini Pereira