O turismo de luxo não é ostentação, exagero ou deslumbramento. Cada vez mais o toque de requinte em viagens tem no roteiro aspectos que deveriam ser acessíveis a todos: refeições com ingredientes orgânicos e de alta qualidade, conforto nos deslocamentos, hospedagem em locais que carregam um pouco da história da humanidade e passeios recheados de cultura e arte em vez dos repetitivos cartões-postais.Há ainda uma áurea de simplicidade que faz bem demais ao viajante, como, por exemplo, um tour a pé com guias descolados que sabem tudo da história do lugar. O preço? Você paga quanto quiser ao final do passeio (leia mais a seguir).

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Esse conceito guiou uma viagem de quatro dias que fiz no início de dezembro, com jornalistas de outras cidades do Brasil, para Paris e Amsterdã. Optamos por ficar mais tempo na Holanda em vez da França, porque a maior parte do grupo nunca tinha visitado a cidade holandesa – uma breve amostra que representa bem o viajante brasileiro. Segundo os órgãos de turismo dos dois países, três milhões de brasileiros visitam Paris anualmente contra 110 mil em Amsterdã.

O conforto começou no deslocamento. Viajamos na classe business da Airfrance, o que garante também acesso às salas vips de aeroporto. A passagem custa de duas até quatro vezes mais do que a Econômica (depende do período da viagem), e as vantagens são igualmente proporcionais: poltronas viram cama com curvas que dão total privacidade, há acesso direto ao corredor, além da champanhe de boas-vindas. O serviço multimídia tem clipes e filmes bem interessantes. Empolguei-me ao encontrar Café Society, de Wood Allen, que ficou pouco tempo em cartaz em Floripa e não tinha conseguido ver. A viagem durou 11 horas e chegamos em Paris descansados. De verdade! O casulo funciona. O retorno ao Brasil foi na mesma vibe. Embarcamos no “avião mais moderno do mundo e também o mais silencioso”, um boing da KLM cujas janelas são 30% maiores do que o normal, tem wi-fi e, ao fim do voo, o passageiro leva de brinde uma casinha holandesa de porcelana da Delft Blue (do século XVII), com gin, a bebida oficial dos holandeses.