No dia seguinte à prisão preventiva de sete pessoas suspeitas de participar de um esquema que praticava crimes contra a administração pública em Joinville, o Ministério Público começou a ouvir as testemunhas do caso. Ontem, foram ouvidas 37 pessoas fiscalizadas por Júlio César da Silva, servidor da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) preso na Operação Blackmail.

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Segundo o promotor Assis Marciel Kretzer, o fiscal é suspeito de integrar a organização criminosa que cobrava vantagem indevida de empresários que precisavam de atividades do setor de fiscalização da Sema, além de coagi-los a fazer a contratação de pretensos serviços administrativos prestados por integrantes do grupo criminoso.

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– O fiscal se dirigia ao estabelecimento, ameaçava realizar tudo aquilo que lhe competia e “vendia” um serviço a pessoas que ele direcionava, ou seja, do próprio círculo dele. Formou-se uma indústria de propina em torno disso – explicou o promotor no dia das prisões.

A expectativa de Kretzer é encerrar a fase de depoimento das testemunhas nesta semana. Ainda faltam 40 fiscalizados para serem ouvidos, além de outras testemunhas que já entraram em contato com o Ministério Público para se colocar à disposição de prestar depoimento. Os suspeitos presos preventivamente, entre eles o vereador João Carlos Gonçalves (PMDB) e o ex-vereador Juarez Pereira (Solidariedade), ainda não falaram ao MP.

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– Eles ainda não foram ouvidos e também não buscaram o Ministério Público por meio de seus advogados – afirmou Assis Kretzer.

O homem preso em São Paulo, dentro da Operação Blackmail, chegaria a Joinville nesta quarta-feira e seria levado ao Presídio Regional de Joinville, onde permanecem outros cinco suspeitos. O vereador João Carlos Gonçalves está preso preventivamente em uma cela especial da Penitenciária Industrial.