A partir desta quinta-feira, algumas da mais belas músicas das óperas mais românticas da história serão apresentadas no teatro da Sociedade Harmonia-Lyra, em Joinville. É quando começa o 2º Festival de Ópera de Joinville, promovido pela entidade em comemoração aos 160 anos do início de suas atividades. Foi em um dia 31 de maio, em 1858, que ocorreu a assinatura do documento que fundou oficialmente a Sociedade Harmonie, focada no teatro amador da Colônia Dona Francisca, que deu origem à sociedade que hoje ocupa um prédio no número 485 na rua Quinze de Novembro, no Centro de Joinville.
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A abertura do Festival de Ópera ocorre com a apresentação única do espetáculo Cortina Lírica, uma reunião de árias famosas cantadas por quatro solistas: a soprano Masami Ganev, a mezzo-soprano Luciana Bueno, o tenor Paulo Mandarino e o barítono Douglas Hahn. Na primeira parte, Au fond du temple saint, um dos grandes duetos de toda história da ópera, da peça Os Pescadores de Pérola, dá início à programação, que conta também com canções que integraram as óperas Sansão e Dalila, La Joive, Hérodiade, Faust e Os Contos de Hoffmann. São sucessos da música lírica francesa que constroem o fio condutor do espetáculo, que conta ainda com Bachianas Brasileiras nº 5, do brasileiro Heitor Villa-Lobos, considerada a composição clássica brasileira mais conhecida no mundo.
Na segunda parte, trechos da polêmica peça Carmen, de Georges Bizet, entram em cena. A história de amor e ódio da cigana provocante, que chocou a sociedade francesa em sua estreia no século 19, terá algumas de suas canções revisitadas nesta noite.
O maestro italiano Alessandro Sangiorgi, responsável pela apresentação de hoje, defende a importância da ópera com a certeza de quem dedica-se a esta arte há três décadas e a vê emocionar todos os públicos, de todas as idades. Depois de mudar-se para o Brasil, no fim dos anos 1980, ele preferiu não retornar para a Itália ao perceber que, no Sul das Américas, ainda há uma curiosidade sobre a ópera que a Europa já perdeu.
— Sempre há público e a idade do público, ao fazemos uma “média”, é de 40 anos. Na Itália e na Alemanha, você olha a plateia de uma ópera e praticamente só enxerga cabeças “brancas” — avalia, referindo-se aos cabelos grisalhos de uma plateia com mais de 70 anos.
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Em 6 e 7 de junho, é a tragédia de Madama Butterfly que será encenada no palco. O elenco conta com os mesmo artistas de Cortina Lírica e ainda com o tenor Rubens Rosa, o baixo Cristiano Damasceno, a soprano Karla Huch e o barítono Eduardo Campos. Madama Butterfly, de autoria de Giacomo Puccini, conta o romance entre o comandante Pinkerton, da marinha americana e a gueixa japonesa Butterfly em Nagasaki. Eles se casam, mas o comandante retorna sozinho aos Estados Unidos, onde se casa com a americana Kate. Butterfly aguarda o retorno de seu amado, o que acontece três anos depois. Pinkerton, no entanto, não pretende reencontrar a japonesa, até descobrir que ela tem um filho dele.
— Esta é uma das dez óperas mais encenadas do mundo, e é uma história que nunca envelheceu. A história é emocionante e agrada o público moderno. Nessa versão estarão, praticamente, todas as grandes vozes da ópera brasileira — destaca o diretor cênico de Madama Butterfly, Walter Neiva.
Além dos cantores, a ópera conta com o pianista joinvilense Matheus Alborghetti e uma orquestra de cordas formada por músicos joinvilenses e curitibanos. O primeiro ato conta com a presença cênica de alunos da Escola Bolshoi Brasil, que assumem o papel do coro.
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Agende-se:
Cortina Lírica
QUANDO: quinta-feira, 31 de maio, às 20 horas
ONDE: Sociedade Harmonia Lyra (rua Quinze de Novembro, 485, Centro)
QUANTO: 3 quilos de alimento não perecível, com retirada na secretaria da Harmoni-Lyra em horário comercial.
Madama Butterfly
QUANDO: 6 e 7 de junho, às 20 horas.
ONDE: Sociedade Harmonia Lyra (rua Quinze de Novembro, 485, Centro)
QUANTO: entre R$ 30 e R$ 100, no site Ticket Center, ou na escola MyTarget Idiomas.