Referência em festas do tiro no Brasil, a 28ª Schützenfest começa nesta quinta-feira, em Jaraguá do Sul, com a expectativa de agradar principalmente a um público em especial: os jaraguaenses. Ainda que a estrutura montada no Parque Municipal de Eventos tenha espaço suficiente para acomodar visitantes de todos os lugares, na espera de atender a pelo menos 80 mil pessoas nos 11 dias de evento, a valorização do que é regional e das tradições deixadas pelo maior grupo de imigrantes da cidade estava na prioridade da organização da festa. A Schützenfest é realizada pela Associação dos Clubes e Sociedades de Tiro do Vale do Itapocu (ACSTVI), pela Fundação Cultural de Jaraguá do Sul e pela Prefeitura de Jaraguá do Sul.
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A regionalização da festa vai de encontro ao projeto iniciado no ano passado, quando passou por uma reformulação que alterou até a data – ela ocorria em outubro. A intenção é garantir a qualidade da Schützenfest, sem a preocupação com a quantidade de público. Por isso, todas as bandas da programação são típicas alemãs, e não deixarão o pavilhão ficar em silêncio: estarão tocando durante praticamente todo o evento.
O espaço da festa também está maior: haverá uma nova tenda garantindo que os participantes da prática desportiva do tiro não se molhem ou fiquem expostos ao Sol em nenhum momento. Haverá também mais mesas e pontos de venda de tickets.
Entre as novidades ainda estão a programação infantil, feita em parceria com o Sesc Jaraguá do Sul, que levará a Caravana Move Brasil com atividades esportivas e de recreação; e a mudança na data do concurso de majestades. A escolha da nova rainha e das princesas da Schützenfest ocorrerá no último dia de festa, quando também serão coroados o novo rei e a nova rainha dos atiradores.
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Herança cultural
A atividade do tiro como prática esportiva existe há pelo menos 500 anos na Alemanha e era uma forma de preparação militar dos moradores de cidades autônomas medievais. No Brasil, há registros de disputas antes da chegada dos imigrantes ao Sul do País, mas o esporte ganhou força por aqui com a criação das Sociedades de Atiradores durante o século 18 em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Por isso, é inevitável que ela se misture às histórias dos moradores da região, como a do jaraguaense Wilson Bruch.
– A mesma dificuldade que se tinha na Alemanha quando o esporte começou, os imigrantes viveram ao chegar no Brasil, precisando caçar e garantir a sobrevivência – analisa Wilson – O tiro também era usado como forma de recreação e as competições geravam os bailes. Não havia outra atividade: trabalhava-se na lavoura ou no pequeno comércio e depois vivia-se estes momentos de descontração dentro da sociedade.
Ele é presidente da Associação de Clubes e Sociedades de Tiro do Vale do Itapocu e, aos 57 anos, recorda de uma infância cheia de momentos nos campeonatos e festas. Por isso, lamenta a dificuldade de encontrar pessoas da nova geração para renovar a diretoria: além da responsabilidade, a manutenção das tradições também são um problema. O sucesso da Schützenfest torna-se um motivador para a preservação da cultura.
– No ano passado tivemos uma grande festa, todo mundo sentiu orgulho, e a partir do momento em que as pessoas se sentem orgulhosas, você começa a fomentar a tradição. Há mais motivação para usar o traje típico, que é uma manifestação cultural.
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E, enquanto mantiver a essência de festa dos atiradores, vai trazer outras pessoas para dentro das sociedades para praticarem o tiro – afirma ele.
A secretária Adriane Henn, 40 anos, é uma prova do quanto a Schützenfest pode garantir a preservação desta herança cultural. Ela era adolescente quando a festa começou e acompanhava os irmãos mais velhos para assisti-los nos estandes de tiro, até decidir que também atiraria.
– No começo nem conseguia segurar direito a arma, mas com a prática e com orientações, eu fui aprendendo – lembra Adriane.
Agora, ela participa pela segunda vez da festa com a faixa de Rainha dos Atiradores, título conquistado após ficar com o primeiro lugar nas competições de tiro do anos passado. Com ela, está Fabiano Schmidt, 32 anos, que já repete pela quarta vez o papel de Rei dos Atiradores. Ele participa desde o início da adolescência dos campeonatos da Schützenfest e tornou-se sócio da Sociedade Independência ao assumir o título deixado pelo avô.
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– O desafio é bacana, a superação é legal, a premiação também, mas o melhor é a quantidade de amigos que você faz. Na prática, eles são adversários, mas na hora de atirar, é só você contra você mesmo. Acabou, volta a parte de recreação e de interagir com os outros participantes – diz Fabiano.
Schützenfest em números:
11 dias
7 mil metros de área coberta
11 mil metros de área total
23 bandas
5 cervejarias
15 rótulos de cerveja
Agende-se:
Quinta-feira, 10/11
18 às 21 horas
Entrada livre
Sexta-feira, 11/11
18 às 4 horas
Entrada livre até as 19 horas. Após, R$ 15
Sábado, 12/11
10 às 4 horas
Entrada livre até as 19 horas. Após, R$ 15
Domingo, 13/11
10 às 22 horas
Entrada livre
Segunda-feira, 14/11
18 às 4h
Entrada livre até as 19 horas. Após, R$ 15
Terça-feira, 15/11
10 à meia-noite
Entrada livre
Quarta-feira, 16/11
18 à meia-noite
Entrada livre até as 19 horas. Após, R$ 5
Quinta-feira, 17/11
11 à 1 hora
Entrada livre até as 19 horas. Após, R$ 5
Sexta-feira, 18/11
18 às 4h
Entrada livre até as 19 horas. Após, R$ 15
Sábado, 19/11
10 às 4 horas
Entrada livre até as 19 horas. Após, R$ 15
Domingo, 20/11
10 às 22 horas
Entrada livre