Em solenidade de formatura de passagem, o 23º Batalhão de Infantaria recebeu um novo comandante nesta sexta-feira. O tenente-coronel Angelo Brait Júnior assume o cargo antes ocupado pelo tenente-coronel Mauro Fialho de Lima e Souza. Mauro Fialho comandou o batalhão de Blumenau durante dois anos e agora parte para a capital brasileira, Brasília, onde vai atuar no Estado Maior do Exército.
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A solenidade de passagem de comando ocorreu com a presença de familiares dos oficiais e autoridades da região. A formatura foi presidida pelo comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, o general de brigada Fernando José Lavaquial Sardenberg. Na programação, ocorreu ainda a inauguração do retrato do ex-comandante no Salão de Honra.
Entrevista: tenente-coronel Angelo Brait Júnior
“Uma das características principais deste batalhão é a integração com a sociedade”
O tenente-coronel Brait assumiu na sexta-feira o comando do 23º Batalhão de Infantaria. Ele serviu em Blumenau de 2005 e 2008, quando era major e foi chefe da seção de operações do batalhão. Ele atuou no planejamento de missões e deu apoio à Defesa Civil durante a enchente de 2008. Antes da nomeação para assumir o comando, o tenente-coronel Brait desempenhava a função de Adido Militar do Exército Brasileiro no Suriname.
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Jornal de Santa Catarina – Como foi trabalhar em Blumenau entre 2005 e 2008, principalmente durante as cheias?
Angelo Brait Júnior – Nós pegamos a enchente e todos os problemas que ocorreram neste período. Foi uma experiência profissional muito importante pra mim, porque eu pude ver não só o trabalho que é realizado aqui em Blumenau, mas também como as pessoas de Blumenau trataram daquele problema. Isso eu levei para as minhas experiências futuras. E ter trabalhado aqui foi um dos motivos que eu escolhi ou ter optado para vir para cá.
Jornal de Santa Catarina – Qual a sua missão no 23º Batalhão de Infantaria pelos próximos dois anos?
Brait – A minha principal missão é manter o batalhão como ele é, sendo bastante ativo dentro da sociedade e, principalmente, cumprindo as funções que o Exército nos impões. Hoje em dia, o Exército está muito integrado à sociedade brasileira como um todo, cumprindo primeiro a sua missão constitucional, mas nunca esquecendo da mão amiga para ajudar. Essa é a minha missão: apenas conseguir fazer com que aqueles que me antecederam também tenham orgulho do trabalho que está sendo feito aqui. Uma das características principais desse batalhão é a integração com a sociedade, construída depois de tantos anos. Não podemos perder isso. Vamos fazer o possível para até melhorar essa integração com o município.
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Jornal de Santa Catarina – Como foi trabalhar no Exército Brasileiro no Suriname e qual foi seu maior aprendizado no país?
Brait – Eu trabalhei no Suriname e no Chipre, cumprindo missão das Nações Unidas. As duas foram importantes porque representam missões que não são comuns em nossa carreira militar. Mas, principalmente pelo aspecto cultural. Ao conviver em outro país é sempre possível ter uma nova maneira de enxergar o mundo. Isso nos dá uma tranquilidade de saber se estamos bem, se estamos mal. Podemos nos avaliar em comparação aos outros países. Essa experiência no Suriname me deu essa perspectiva diferente. Às vezes, nós nos aconstumamos muito com a nossa vida e com nosso cotidiano. Essa experiência fez bem para minha atividade militar.
Jornal de Santa Catarina – O que o Sr. aprendeu durante a carreira militar que quer aplicar em Blumenau?
Brait – Blumenau tem muito a oferecer para outros lugares do Brasil. A organização da cidade e a maneira como o povo vive com as diferenças são referência para muitos lugares. A minha última missão foi no Exterior e eu consegui perceber as diferenças de culturas e o que isso pode colaborar com a minha carreira militar. Blumenau é uma cidade destacada. Aqui ainda pode-se considerar que está muito acima da média do nosso país.
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