O ano de 2024 foi o mais letal da aviação brasileira na última década. No total, 153 pessoas morreram em acidentes com aviões, helicópteros e outras aeronaves no país. O número é superior às 104 mortes de 2016, até então, o ano mais letal na série histórica. Foram 175 acidentes aéreos, sendo 44 com mortes.

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Todos os acidentes aéreos que acontecem no Brasil são registrados e analisados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea. Os dados ficam disponibilizados pelo painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer).

O acidente com mais mortes de 2024 foi o do avião da Voepass, em Vinhedo (SP), no dia 9 de agosto, que vitimou 62 pessoas. O recorde de letalidade foi atingido em 22 de dezembro, com a queda de um turbohélice em Gramado, na Serra Gaúcha, que causou a morte dez pessoas.

Relembre os principais acidentes aéreos de 2024

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Aviões pequenos são maioria dos acidentes

Aviões pequenos, particulares e agrícolas são os que mais se envolveram em acidentes com mortes no Brasil na última década. Nos últimos anos, a frota aérea nacional tem crescido. Hoje, são 11 mil aeronaves. Dessas, mais de 10 mil são de pequeno porte, privadas e agrícolas.

As regras da aviação brasileira mudam de acordo com o tipo de operação. No caso dos particulares e dos aviões agrícolas, por exemplo, a maior parte das responsabilidades fica a cargo do piloto.

— A regulação não só no Brasil, mas no mundo inteiro, é uma regulação proporcional ao risco que oferece à sociedade. Na aviação privada, supõe-se que o dono do avião contratou o piloto, contratou a empresa de manutenção, contratou o abastecimento, contratou tudo. Então ele seria o responsável, entendeu? Enquanto que na aviação certificada, na linha aérea, no táxi aéreo, é diferente. Você tem que garantir uma camada de segurança maior para o passageiro — explica Raul Marinho, diretor técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral.

O piloto Fernando de Borthole reforça que as regras da aviação brasileira seguem o padrão internacional, que é extremamente seguro.

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— Atualmente o Brasil já tem regras bem rígidas, o código brasileiro de aeronáutica foi também mexido recentemente, atualizando muita coisa e todo mundo que voa com responsabilidade, que sabe aquilo que tá fazendo vai normalmente ter um voo muito bom, muito seguro. Claro que adversidades acontecem, fatalidades, infelizmente acontecem também por outros fatores, mas a aviação ela vai se tornando mais segura a cada dia — comenta Fernando.

Os números da década

Na década, o Cenipa contabilizou 457 relatos de acidentes aéreos. As principais causas são falha ou mau funcionamento de aeronaves. Em 299 casos, houve perda de controle em voo.

O estado de São Paulo lidera as estatísticas nos 10 anos, com 287 acidentes (o levantamento não distingue casos com ou sem mortes). Santa Catarina aparece em décimo lugar entre as unidades da federação, com 59 acidentes.

*Com informações da Folha de S.Paulo e do Jornal Nacional

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