O Superman que chegará aos cinemas em julho parece mal ter 30 anos, ainda procura seu lugar na sociedade e dá os primeiros passos na luta em defesa da justiça. Rejuvenescido para uma nova audiência, o personagem nem de longe sugere ter os 75 anos que entrega sua certidão de nascimento oficial: 18 de abril de 1938, data de sua primeira aparição no número um da revista “Action Comics”.
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Talvez seja o DNA kryptoniano, vá saber. Mas retardar a passagem do tempo e manter-se poderoso ao longo das décadas não é mérito apenas do Homem de Aço, como comprovam tantos outros super-heróis que, em comum com ele, sopram velinhas “redondas” em 2013 e tiveram (ou têm) passagem pela telona.
Se formos levar ao pé da letra a gestação e o parto do Superman, então teremos que dar a ele mais cinco anos – em 1933, seus “pais”, Jerry Siegel e Joe Shuster, publicaram uma primeira versão do herói em um fanzine de ficção científica. Ao venderem-no para a DC Comics – um negócio que virou um imbróglio judicial enorme que dura até hoje -, deram ao mundo aquele que para muitos é o primeiro super-herói dos quadrinhos ou, ao menos, dono de todos os elementos para ser reconhecido como tal.
Desde então, o Superman foi tira de jornal, passou pelo rádio, teve séries de TV e chegou ao cinema, que corroborou seu status de ícone pop. Se não for o primeiro super-herói, difícil contestar que seja o mais popular.

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Ferro velho
Apesar de toda a carga mitológica que envolve o Superman, ele perde em popularidade nos dias atuais para o Homem de Ferro, que ascendeu ao topo da primeira divisão de super-heróis graças aos três filmes protagonizados por Robert Downey Jr., o grande trunfo da série.
O momento, portanto, é excelente para se comemorar os 50 anos do personagem criado por Stan Lee, Jack Kirby, Larry Lieber e Don Heck. Sua estreia nos gibis da Marvel aconteceu em março de 1963, no terceiro número da revista “Tales of Suspense”.
O Homem de Ferro é um caso raro de super-herói sem habilidades extra-humanas, cujo poder vem todo da tecnologia e do intelecto de Tony Stark. Graças a essa combinação, o personagem pôde passar cinco décadas sendo reformulado sem que as mudanças agredissem a crença dos leitores – afinal, dar um “up” na armadura a cada novo avanço é plenamente aceitável.
Aliás, é nos meios industrial, militar e governamental, aptos a intrigas de Estado e ataques terroristas, que o Homem de Ferro costuma atuar. Seu pé na realidade atinge inclusive a vida pessoal de Stark, um playboy trilionário que padece de um coração fraco e é adepto da bebida em excesso.
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Equipes cinquentonas
Numa grande coincidência, Vingadores e X-Men, os dois maiores grupos de super-heróis da Marvel, comemoram 50 anos de atuação em 2013. Os Vingadores são os mais celebrados no momento, graças ao blockbuster que arrebentou nas bilheterias no ano passado e serve de fio condutor para os demais filmes da editora/produtora. Custou para chegar, já que nas HQs a equipe faz sucesso desde seu surgimento, em setembro de 1963, no número 1 da revista “The Avengers”.
Obra de Stan Lee e Jack Kirby, que conceberam uma reunião de heróis apta a combater ameaças que eles não dariam conta individualmente. Nos primeiros dias, o grupo tinha Homem de Ferro, Thor, Hulk, Homem-Formiga e Vespa, formação clássica complementada depois pelo Capitão América. Mas inúmeros outros personagens foram integrados à equipe ao longo dos anos – recentemente, até Wolverine e Homem-Aranha se apresentaram como membros.
Os X-Men, por sua vez, ostentam a condição de terem sido campeões de vendagem da Marvel entre os anos 80 e 90 e liderarem a investida dos heróis da editora no cinema, a partir de 2000 (um novo episódio chegará aos cinemas em 2014).
De fato, popularidade nunca faltou aos mutantes, cujas histórias já se espalharam por inúmeros títulos, alguns deles publicados ao mesmo tempo. Mas o ponto de partida foi mesmo “The X-Men”, revista que começou a circular em setembro de 1963 com a cria (outra) da dupla Lee/Kirby, que concebeu uma alegoria tanto para as transformações da adolescência quanto para o preconceito e os conflitos raciais.
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Mas é indispensável registrar a contribuição do roteirista Chris Claremont, que assumiu a equipe nos anos 1970 e, com os acréscimos e mudanças que fez, elevou-a a outra patamar, inclusive de vendas.