Atos por justiça pelo congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, espancado até a morte em um quiosque no Rio de Janeiro, reuniram neste sábado (5) manifestantes em ao menos 13 capitais do país. Os protestos aconteceram em Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Goiânia, Natal, Palmas, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo.
Continua depois da publicidade
> Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
No Rio, a mãe de Moïse, Lotsove Lolo Lavy Ivone, 43, mãe de Moïse, fez um curto discurso emocionada em frente ao quiosque onde o filho foi assassinado.
— Vamos pedir justiça até o final — disse ela.
De acordo com o comando do policiamento local, cerca de mil pessoas estavam presentes ao ato às 10h30. Os manifestantes fecharam as duas pistas da avenida Lucio Costa, na altura do quiosque local do crime. Havia bandeiras de centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos.
Um grupo demonstrou intenção de destruir o quiosque Tropicália. A iniciativa foi interrompida após a mãe de Moïse pedir calma. Apenas o letreiro do estabelecimento foi retirado e quebrado.
Continua depois da publicidade
Neste sábado, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que o quiosque irá se tornar um memorial em homenagem à cultura africana.
> Maioria das vítimas de feminicídio em SC não denunciou violência doméstica
Em São Paulo, o protesto reuniu imigrantes e ativistas na região da avenida Paulista.
O ato começou por volta das 10h, de forma tímida e pacífica, com dezenas de pessoas. Os manifestantes ocupavam apenas o vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo). Aos poucos, o movimento ganhou adeptos e a via, no sentido centro, precisou ser bloqueada.
Em Salvador, manifestação no Pelourinho contou com a presença de integrantes do grupo Olodum. Já em Goiânia, o protesto reuniu a comunidade africana da capital do Estado.
Crime ocorreu no final de janeiro
O crime Moïse foi morto na noite do dia 24 de janeiro a pauladas por três homens que também trabalhavam em estabelecimentos da orla da Barra. Aleson Fonseca, 27, Brendon da Silva, 21, e Fábio Pirineus da Silva, 41, foram presos temporariamente por 30 dias na terça-feira (1º).
Continua depois da publicidade
As imagens do quiosque Tropicália mostram Moïse discutindo com um funcionário do local. O congolês, em determinado momento, abre um freezer, o que aumenta a confusão. De acordo com esse funcionário, Moïse estava bêbado e queria pegar cerveja de graça, o que originou a discussão entre os dois. A mesma versão foi dada por Aleson Fonseca, um dos suspeitos do crime.
> Florianópolis é o município que mais registrou casos de injúria por preconceito em SC
Os três suspeitos trabalham em quiosques e barracas da praia da Barra da Tijuca. Eles afirmaram que foram proteger o funcionário do Tropicália e iniciaram as agressões.
Familiares do congolês disseram à imprensa que ele foi cobrar uma dívida no quiosque. Contudo, esse tema não é mencionado em nenhum depoimento dado à polícia, nem mesmo nas falas dos parentes da vítima.
Confira os vídeos do NSC Total
Leia também
Queiroga alerta que Brasil ainda não chegou no pico da variante Ômicron
Continua depois da publicidade