No dia 8 de marco, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Para celebrar a data, selecionamos 10 fatos que marcaram conquistas femininas na história – desde a criação da pílula anticoncepcional, passando pelo feminismo da filósofa Simone de Beauvoir e chegando até Malala Yousafzai.
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A história do Dia Internacional da Mulher
O Dia da Mulher é bem conhecido. Mas você sabe a origem da data?
Alguns fatos e lutas femininas culminaram no Dia da Mulher. No fim do século 19, mulheres operárias começaram a protestar nos Estados Unidos e na Europa. Elas exigiam melhores condições de trabalho: na época, as jornadas de trabalho eram de aproximadamente 15 horas diárias, e os salários, introduzidos pela Revolução Industrial, eram medíocres.
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Em 1908, cerca de 1.500 mulheres se reuniram em um protesto pela igualdade econômica e política no país. Esse é considerado o primeiro Dia Nacional da Mulher celebrado no mundo.
Em 1909, a data foi oficializada. Houve outra manifestação, desta vez com cerca de 3.000 pessoas no centro de Nova York. Ela gerou uma longa greve no setor têxtil que acabou por fechar 500 fábricas americanas.
Outro fato que é sempre ligado ao Dia Internacional da Mulher foi um incêndio que ocorreu em 1911, em uma fábrica têxtil em Nova York. Na tragédia, 130 operárias morreram.
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Conquistas femininas ao longo da História
Pílula anticoncepcional e a revolução sexual

Em 1961, a pílula anticoncepcional chegou ao mercado, marcando uma verdadeira revolução entre as mulheres. O poder da escolha de não engravidar mudou os costumes e trouxe liberdade sexual.
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A pílula foi desenvolvida pelos médicos americanos Gregory Pincus e Carl Djarassi. Mas quem incentivou o desenvolvimento do medicamente foi a ativista social Margaret Sanger. O projeto foi financiado por Katharine McCormick, uma rica herdeira industrial.
Simone de Beauvoir e o movimento feminista

É difícil dizer quando o feminismo surgiu – lá em 1908, com as manifestações na indústria têxtil como contamos acima, ele já existia.
Mas a filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir foi uma das personalidades mais marcantes do movimento feminista. Na décade de 1960, ela trabalhou para desconstruir o papel convencional da mulher na sociedade: mãe, dona de casa e que deveria ser sustentada pelo marido.
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Em suas obras, Simone falava abertamente sobre liberdade sexual e sobre igualdade entre os sexos. “A Convidada” e “O Segundo Sexo” são alguns de seus livros mais famosos.
A mulher ganha o espaço

As mulheres precisaram, aos poucos, conquistar seu lugar nos diferentes mercados de trabalho – na ciência, também foi assim.
Em 1963, a russa Valentina Vladimirovna Tereshkova foi a primeira mulher do mundo a ir ao espaço. Ela completou 48 órbitas em volta da Terra, ao longo de quase três dias.
Apesar da conquista de Valentina, levou um longo tempo para que fosse comum que astronautas mulheres participassem de missões. Depois de Valentina, Svetlana Savitskaya, também russa, foi ao espaço – mas só em 1982, o que representa um intervalo de quase 20 anos.
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A terceira mulher a ir ao espaço foi Sally Ride, em 1983. Ela foi a primeira mulher dos Estados Unidos a participar de uma missão espacial.
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Bertha Lutz e o voto feminino no Brasil

Em 1932, o Código Eleitoral passou a assegurar às mulheres brasileiras o direito ao voto. Mas isso conquistado por uma mulher: Bertha Lutz foi uma das idealizadoras do Partido Republicado Feminono e uma das principais articuladoras ao exigir o direito de voto para mulheres.
Filha do cientista Adolfo Lutz, Bertha era bióloga e ativista. Ela participou da Assembleia Geral da Lida das Mulheres Eleitoras, realizada nos Estados Unidos em 1922. Quando voltou ao Brasil, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Femino, organização que tinha como principal bandeira a luta pelo direito de voto às mulheres.
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Lei Maria da Penha

Considerada uma das maiores conquistas da mulheres no Brasil, a Lei Maria da Penha entrou em vigor em 2006. Ela cria mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
A lei homenageia a farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que sofreu violência doméstica durante os 23 anos de casamento Marco Antônio Heredia Viveros.
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Por duas vezes, em 1983, o marido tentou assassiná-la. Na primeira vez, Viveros atirou em Maria, deixando-a paraplégica. Na segunda vez, tentou matá-la por eletrocussão e afogamento.
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Na época, Maria da Penha, junto ao Centro pela Justiça pelo Direito Internacional e ao Comitê Latino – Americano de Defesa dos Direitos da Mulher, precisou formalizar a denúncia à Organização dos Estados Americanos, porque o Brasil não tinha uma lei que a protegesse da violência doméstica.
Malala Yousafzai e a luta pelos direito de estudar

Malala Yousafzai nasceu em Mingora, cidade localizada numa região muito conservadora do Paquistão. Mas ela sempre foi diferente: filha de educador, proprietário de sua escola, cresceu em um ambiente mais liberal.
Em 2012, quando tinha apenas 15 anos, Malala foi baleada na cabeça pelo Talibã. O motivo? Algum tempo antes, o líder do Talibã que dominava o local exigiu que as escolas interrompessem as aulas dadas às meninas.
Malala criou o blog “Diário de uma Estudante Paquistanesa”, no qual publicava textos sobre seu amor pelos estudos e sobre como era difícil ser uma estudante mulher no Paquistão.
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A menina usava um pseudônimo para assinar os textos, mas sua identidade logo foi descoberta. Um dia, o ônibus escolar de Malala foi parado pelo Talibã, e ela levou um tiro na cabeça. Ela sobreviveu: passou por cirurgia e foi transferida para o Reino Unido, onde recebeu tratamento e se recuperou.
Malala engajou-se na luta pelo direito das mulheres e tornou-se uma ativista reconhecida. Em 2014, ela foi a pessoa mais jovem a receber um Prêmio Nobel da Paz.
Margaret Thatcher, a dama de ferro

Margaret Thatcher foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra da Grã-Bretanha. Ela assumiu em 1979 e permaneceu no cargo até 1990 – foram três mandatos.
Conhecida como a “dama de ferro” por sua mandeira rígida de governar, Thatcher enfrentou tempos conturbados no governo britânico. Os primeiros cinco anos foram particularmente difíceis: Thatcher tinha um forte posicionamento anticomunista, e as medidas adotadas pelo seu governo não conseguiram tirar a economia da Inglaterra da recessão.
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Em 1982, a primeira-ministra interveio na Guerra das Maldivas, travada entre Argentina e Inglaterra. Sua popularidade aumentou, e ela conseguiu a primeira reeleição em 1984.
Figura polêmica, Margaret Thatcher entrou para a história da política.
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Jacinda Ardern e a vitória sobre o coronavírus
Jacinda Ardern é a primeira-ministra da Nova Zelândia e ganhou notoriedade por uma causa muito nobre: seu país é um dos mais bem-sucedidos na batalha contra a pandemia da Covid-19.
Jacinda assumiu o governo aos 37 anos: ela é a terceira mulher a chefiar e a mais jovem a assumir o cargo desde 1896.
Muito popular na Nova Zelândia, Jacinda instaurou novas leis e conseguiu achatar a curva de contaminação da Covid-19 em apenas três semanas. O país chegou a zerar os casos da doença.
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Além de leis de confinamento, para deter a pandemia, Jacinda conquistou popularidade pelas ações econômicas em resposta à crise do coronavírus: ela cortou 20% dos salários de executivos públicos, ministros e, claro, dela mesma.
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Me Too e a mudança em Hollywood

O movimento Me Too foi criado em 2006 e é a prova de que mulheres unidas são mais fortes. A campanha atingiu em cheio uma indústria que, até então, parecia inatingível: o cinema hollywoodiano.
O movimento Me Too incentivava mulheres a denunciarem casos de abuso sexual com uma hashtag em redes sociais. Só que, em 2017, as acusações chegaram até o produtor executivo Harvey Weinstein, um manda-chuva de Hollywood. Uma série de reportagens publicadas no jornal The New York Times e na revista The New Yorker trouxeram relatos de dezenas de vítimas.
Mais de 80 mulheres o acusaram publicamente de abuso sexual, assédio e até estupro. Atrizes como Ashley Judd e Gwyneth Paltrow endossaram as denúnias.
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Weinstein foi condenado a 23 anos de prisão. O movimento Me Too chamou a atenção para o assédio sexual em Hollywood, que por tantos anos foi ignorado pelos profissionais da área, e também para questões como a igualdade de salários entre homens e mulheres no cinema.
Greta Thunberg

Nascida em 2003, em Estocolmo, na Suécia, Greta provou que tamanho não é documento: ela é uma das mais jovens ativistas da história. Quando tinha apenas 15 anos, ela começou a se ausentar das aulas na escola para ir protestar todas as sextas-feiras, próxima ao parlamento sueco, e pedir ações do governo para frear o impacto no meio ambiente e o aquecimento global.
Greta rapidamente ganhou popularidade em vários países. Em um de seus feitos mais notórios, a menina atravessou o Oceano Atlântico em um veleiro, para chegar até os Estados Unidos sem voar e emitir carbono.
A garota conquistou o mundo com seus discursos corajosos na ONU. Em 2019, ela foi eleita Pessoa do Ano pela revista Time.
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