Em breve vai começar a choradeira no quarteirão onde moro. Explico: É que aqui nas redondezas funcionam pelo menos quatro escolas e creches, e com o recomeço das aulas, vai reiniciar também o chororô das crianças que não querem se desgrudar dos pais depois de um período tão grande em casa nas férias. Muitas vezes as mães (e até os pais mais sensíveis) não conseguem segurar as lágrimas também, neste momento de desapego temporário. Mas é preciso ser forte. Com o passar dos dias tudo se acomoda e deixar os pequenos na escola deixa de ser um tormento, pra eles e pra nós, que temos milhares de coisas para fazer enquanto a turminha frequenta as aulas.
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E quando eles são bebês e a gente está deixando na escola pela primeira vez? Bate uma insegurança muito grande, lembro bem da dor no coração que eu sentia. Será que vão cuidar bem do meu filho? Vão alimentá-lo na hora certa? E a hora do soninho? E se ele chorar? Os casos de maus tratos nas creches são poucos (ainda bem!), mas existem. Então, é preciso procurar muito bem a escola ideal, conhecer a direção e professores, falar com outras mães… Tudo para garantir a segurança dos pequenos e diminuir um pouco a nossa ansiedade e preocupação.
A adaptação escolar das crianças exige uma boa dose de paciência e compreensão. E uma coisa é certa: Na maioria das vezes este período é mais complicado para os pais do que para os filhos. A educadora infantil Camila Queres, do canal CriaMinha, dá algumas dicas para ajudar as mães de primeira viagem na hora de deixar as crianças no berçário ou na escola. A primeira delas é passar a segurança para a criança na hora de deixá-la na escola, demonstrando tranquilidade. A mãe ou o pai deve entregar o filho para a educadora e acompanhar de perto esse processo, mas não precisa estar dentro da sala de aula. Ficar dentro do espaço ouvindo a criança chorar (caso a criança chore), gera uma angústia muito maior do que poderia haver se os pais não estivessem ali. “Isso não quer dizer que é para abandonar o bebê na escola”, diz Camila, mas sim fazer o acompanhamento de uma forma diferente: pode passar na escola sem avisar, dar uma espiada atrás do vidro ou pedir que mandem fotos para o seu celular mostrando que o pequeno está bem.
No período de adaptação, é importante que os pais levem e busquem a criança nos mesmos horários para que ela tenha a sensação de rotina. Isso faz com que ela tenha a impressão de controle sobre o período que ele fica dentro da escola. Traz segurança. O período de adaptação é diferente para cada criança. É preciso respeitar o tempo de cada uma, persistir e ter calma. O mais importante, diz a educadora, é que pais se sintam seguros sobre a decisão de deixar o filho na escola. “A criança tem que perceber que a escola é um espaço saudável, é um espaço dela, de autonomia e de independência”, conclui.
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